FACIM 2025 Reforça Negócios e Cooperação Internacional, Mas Infra-estruturas Continuam a Ser o Grande Desafio

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A 60.ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), realizada entre 25 e 31 de Agosto em Marracuene, encerrou com um balanço considerado encorajador, confirmando-se como a maior plataforma de negócios e internacionalização de Moçambique. Apesar dos avanços, os desafios relacionados com infra-estruturas e acessibilidade voltaram a marcar o certame, impondo-se como prioridade para o futuro da feira.

Segundo dados da organização, a FACIM 2025 registou a presença de mais de 2.350 expositores nacionais e 800 internacionais, oriundos de 30 países. Do lado nacional, participaram 1.300 empresas moçambicanas, num crescimento de 10% face à edição anterior. O certame recebeu ainda cerca de 60 mil visitantes, com a África do Sul como país de honra, acompanhada pelo Zimbabué e pela Itália entre os países em destaque.

Em termos de resultados concretos, foram assinados 811 acordos de negócios e realizadas 1.178 bolsas de contacto, números que reforçam a FACIM como o principal espaço de networking, investimento e diversificação económica no país.

O porta-voz da edição de 2025, Clério Zimba, destacou o esforço empreendedor do sector privado e a importância da feira como estímulo à economia nacional. Sublinhou igualmente o papel da Itália, que esteve entre os três países mais representados, com cerca de 100 expositores, posicionando-se como porta de entrada para o mercado europeu.

Contudo, o sucesso da feira voltou a ser ensombrado por fragilidades de acessibilidade e logística. O recinto de Marracuene revelou limitações na circulação, mesmo com medidas paliativas como rotas especiais para transportes públicos e mototáxis. “Temos consciência de que precisamos de modernizar as infra-estruturas e melhorar os acessos. Já existe um projecto executivo, mas precisamos de mobilizar mais parceiros para tornar estas soluções definitivas”, afirmou Zimba, acrescentando que a APIEX está a trabalhar activamente para atrair investimentos que viabilizem a modernização.

Um dos pontos altos desta edição foi a aposta na inovação digital. O portal electrónico da FACIM funcionou como marketplace, permitindo ampliar a exposição das empresas e dinamizar negócios num formato híbrido, com maior alcance internacional.

No contexto económico mais amplo, a FACIM 2025 alinhou-se com a performance positiva do comércio externo. No primeiro semestre do ano, as exportações (3,6 mil milhões USD) superaram as importações (3,4 mil milhões USD), um resultado sustentado sobretudo pelo incremento das exportações agrícolas, confirmando uma tendência de diversificação da base produtiva nacional.

A feira foi igualmente palco para iniciativas de integração regional. Um dos exemplos foi a demonstração de comércio transfronteiriço simplificado com o Malawi, ao abrigo do acordo de Comércio Simplificado, que permite a micro-operadores realizar transacções diárias até 1.000 dólares envolvendo 47 produtos, sinalizando oportunidades inovadoras para o sector informal e PME’s.

No balanço final, a FACIM 2025 reafirmou-se como a maior montra de negócios do país, mas deixou clara a urgência de consolidar soluções de infra-estruturas modernas e acessíveis, essenciais para elevar o certame ao patamar de evento internacional de referência.

Fonte: O Económico

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