Falta de condições adequadas nas pontes pedonais dificulta travessia às pessoas com deficiência

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As pessoas com deficiência queixam-se de estarem a enfrentar dificuldades para usarem as pontes pedonais na cidade de Maputo, por estas não oferecerem condições adequadas de transitabilidade para esta camada. Assim, exigem acções enérgicas das autoridades para mudar o actual quadro.

Apesar da importância das pontes pedonais na melhoria da mobilidade urbana, há casos em que não cumprem o decreto 53/2008, de 3 de Dezembro, que obriga que facilitem o acesso a pessoas com deficiência. A ponte pedonal de Cumbeza, recentemente construída na Estrada Nacional Número Um, é um exemplo disso. 

Eufémia Assane é  portadora de deficiência física desde a tenra idade e enfrenta dificuldades todos os dias para atravessar esta importante e movimentada estrada, porque através da ponte, é praticamente impossível, tendo em conta que não oferece condições adequadas para si.

 Os que fizeram essa ponte não pensaram em nós. Era só uma questão de ampliarem e colocarem a rampa, pois existe espaço. Isso não está certo, também somos pessoas e merecemos atravessar a estrada com dignidade ”, lamenta Eufémia Assane. 

Carlos João é também exemplo de quem passa por dificuldades para atravessar esta ponte. Um exercício imposto sem nenhuma opção, Conta que passa por este local, pelo menos, duas vezes por mês, quando vai visitar a sua filha que vive nas proximidades. 

FAMOD EXIGE OBSERVÂNCIA DAS MEDIDAS

O Forum das Associações Moçambicanas das Pessoas com Deficiência (FAMOD), diz que não faz sentido que se usem fundos de parceiros para construir espaços que violam a lei. 

Sobre a resolução deste problema, a Administração Nacional de Estradas (ANE), diz não ser da sua alçada, atirando a responsabilidade  ao Ministério dos Transportes e Logística.

A preocupação não é apenas com a ponte pedonal de Cumbeza. Ainda ao longo da EN1, a retirada da ponte pedonal em frente ao Hospital Psiquiátrico de Infulene constitui outra preocupação para os defientes.

A direcção da Escola Básica Ingrid Chawner entende que os impactos negativos são muitos, inclusive alguns alunos foram mortalmente atropelados ao tentar atravessar a EN1.

Massaniça sugere a reposição da ponte ou então colocação de lombas na estrada, ou semáforos. Os alunos desta escola dizem que passam vários desafios diariamente para atravessar a estrada.

Os carros não costumam parar. Nós temos que ficar muitas horas  para atravessar a estrada. Meu colega perdeu a vida após ser atropelado na semana antepassada” contou um dos alunos deste estabelecimento de ensino.

A ANE explica que a retirada desta ponte deveu-se à insegurança devido às condições de degradação da mesma e assegura que há um projecto que prevê a construção de cinco pontes pedonais ao longo da EN1, no troço Missão Roque-Zimpeto.

Paradoxalmente, onde há pontes pedonais na EN1 os utentes não as usam. É o caso da ponte pedonal de Choupal, de Benfica e do Cemitério de Lhanguene. 

As pontes estão lá,  com todas as condições, mas as pessoas optam em justificar para não usá-las. 

Entre as justificações destaca-se a rapidez em atravessar a estrada. A Associação das Vítimas de Acidentes de Viação (AMVIRO),  lamenta o não uso das pontes pedonais, e sem revelar os números, assegura que os casos de acidentes de viação envolvendo o mau uso destas pontes, tem vindo a aumentar. 

Fonte: O País

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