FC Porto: campo financeiro a superar o desportivo em ano zero

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Equipa não consegue acompanhar os excelentes resultados conseguidos nos gabinetes da SAD. Vendas de Galeno e Nico González a contrastar com mais um empate na Liga e título começa a ser uma miragem…

Naquele que é considerado o ano zero da presidência de André Villas-Boas, o FC Porto está a ter um comportamento díspar no que concerne ao contexto financeiro e desportivo. Se no plano das finanças o dragão vai dando provas inequívocas de competência, como atesta o facto de ter tido um mercado de inverno absolutamente notável com as vendas de Galeno e de Nico González a atingirem os três dígitos em milhões de euros, já dentro das quatro linhas a equipa continua numa agonia absoluta e o título é praticamente uma miragem, ainda que sexta-feira, no Estádio do Dragão, a equipa possa dar uma prova de vida caso vença o campeão nacional Sporting e encurte as distâncias para cinco pontos, ainda que seja uma almofada bastante confortável para os leões na classificação.

Não há como desmentir que a época tem sido marcada pelo insucesso desportivo, com resultados aquém das expetativas, ao ponto de a Supertaça Cândido de Oliveira, ganha ao Sporting no verão passado, em Aveiro, não servir para escamotear essa realidade.

O universo azul e branco, habituado a grandes feitos do seu clube, ainda deprimido e tem razões de sobra para tal sentimento. O empate em Vila do Conde a duas bolas foi mais um duro revés, ainda que a equipa tenha dado sinais de melhoras, mas alguns jogadores — Nehuén Pérez e Otávio, sobretudo — deram provas de uma falta de confiança gritante.

A transparência, relação com os sócios, credibilização, boas práticas e gestão financeira é um trabalho que está a ser feito de forma criteriosa e correta, procurando a almejada sustentabilidade para os próximos anos, mas apesar de ser algo tão importante para a sobrevivência do FC Porto, a vertente desportiva faz com que os adeptos estejam a viver um momento de grande incerteza.

Os mais de 100 milhões de euros que entraram nas contas da SAD com os negócios Galeno e Nico González, a que se juntará a compra obrigatória de Fran Navarro pelo SC Braga a troco de 2,7 milhões de euros no verão, permitem a André Villas-Boas gerir de forma mais desafogada a vida do clube, mas o presidente dos azuis e brancos sente que a equipa poderia (e deveria) dar mais no campo.

Objetivamente, a aposta em Vítor Bruno não correu de feição, o treinador encontrou um balneário com alguns jogadores contrariados e sem o foco no coletivo e toda essa conjugação de fatores, aliada à falta de recursos financeiros para apostar mais em força no plantel no passado verão, explica, em parte, o insucesso desportivo. Martín Anselmi foi apanhado neste fogo cruzado e tenta formar um núcleo duro, visando já a próxima época, ainda que nesta tenha a ambição de fazer o melhor possível…

Fonte: A Bola

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