Resumo
A reversão das expectativas de um corte da Fed em Dezembro provocou quedas em ações, obrigações e no dólar, com dados fracos da China a aumentar o pessimismo. Os Correios da África do Sul (SAPO) perderam 9,2 mil milhões de rands. Investidores recuaram nas expectativas de corte das taxas de juro nos EUA em dezembro, levando a mercados voláteis. A probabilidade de corte da Fed em dezembro caiu para 50,7%, abaixo dos 63% anteriores. Dirigentes da Fed expressaram posturas conservadoras, com Musalem e Hammack a defenderem políticas monetárias restritivas. Kashkari, da Fed de Minneapolis, opôs-se ao corte anterior e mantém-se indeciso sobre dezembro. Estas declarações influenciaram o mercado obrigacionista, com a yield das Treasuries a dez anos a subir para 4,121%.
A reversão das expectativas de um corte da Fed em Dezembro desencadeou quedas sincronizadas em acções, obrigações e no dólar, enquanto dados fracos da China adensam o pessimismo.
Os Correios da África do Sul (SAPO) perderam 9,2 mil milhões de rands em
Os mercados globais atravessaram um dos seus dias mais voláteis das últimas semanas, após os investidores recuarem significativamente nas expectativas de um corte das taxas de juro pela Reserva Federal norte-americana já na reunião de Dezembro. A leitura central é agora a de que o desfecho é um “cara ou coroa”, segundo a Reuters, num movimento que arrastou acções, obrigações e o dólar para território negativo.
Nas últimas vinte e quatro horas, os mercados financeiros globais registaram um movimento abrupto de aversão ao risco, com os investidores a reavaliarem a probabilidade de um corte das taxas de juro nos Estados Unidos. De acordo com a Reuters, os futuros da Fed apontam para uma probabilidade de apenas 50,7% de redução de um quarto de ponto na reunião de 10 de Dezembro, abaixo dos 63% que haviam sido registados no dia anterior. Esta brusca mudança de expectativas reflecte a postura mais conservadora assumida por vários dirigentes da Reserva Federal.
Alberto Musalem, Presidente da Fed de St. Louis, afirmou que existe “margem limitada” para afrouxar a política monetária sem correr o risco de se tornar excessivamente acomodatícia, enquanto Beth Hammack, líder da Fed de Cleveland, reforçou que a política deve permanecer “restritiva” no curto prazo para permitir que a inflação continue a desacelerar. Também Neel Kashkari, da Fed de Minneapolis, declarou à Bloomberg que se opôs ao corte na reunião anterior e que permanece indeciso quanto à decisão de Dezembro.
A combinação destas declarações provocou movimentos imediatos no mercado obrigacionista. A yield das Treasuries a dez anos subiu para 4,121%, sugerindo que os investidores estão a ajustar as suas expectativas a um cenário mais prolongado de juros elevados, enquanto a yield a dois anos atingiu 3,593%, praticamente alinhada com a sessão anterior. O dólar, porém, não beneficiou da subida das yields: o índice do dólar norte-americano recuou 0,1%, aproximando-se do nível mais baixo do mês.
O pessimismo intensificou-se com a divulgação de novos dados económicos na China, que revelaram um abrandamento simultâneo da produção industrial e das vendas a retalho em Outubro, ambos no ritmo mais lento em mais de um ano. Este cenário reforçou a preocupação com a desaceleração económica da segunda maior economia do mundo, num momento em que a procura global continua frágil.
A reacção dos mercados asiáticos foi imediata. O índice MSCI Ásia-Pacífico (excluindo o Japão) desceu 1,5% após Wall Street interromper uma série de quatro sessões consecutivas de ganhos. Durante o dia, as tentativas de compras tácticas foram perdendo força, com os futuros do S&P 500 a deslizarem 0,1%. Na Europa, as primeiras horas de negociação mantiveram o clima de incerteza: os futuros do Euro Stoxx 50 recuaram 0,4%, enquanto os do FTSE caíram 0,5%, contrastando com uma ligeira subida de 0,1% no DAX alemão.
No mercado cambial, a libra esterlina sofreu uma queda acentuada de 0,4%, depois de o Financial Times reportar que o Primeiro-Ministro britânico Keir Starmer e a Chanceler Rachel Reeves abandonaram os planos de aumentar as taxas de imposto sobre o rendimento, a apenas duas semanas da apresentação do orçamento de 26 de Novembro.
No sector energético, o petróleo registou uma valorização expressiva de 1,5% após um ataque de drone ucraniano ter atingido um depósito petrolífero na Rússia, levando o Brent a negociar em 63,96 dólares por barril. Este evento adiciona nova tensão ao mercado energético, já pressionado por expectativas de menor crescimento económico mundial.
Num ambiente onde a probabilidade de corte da Fed se transformou num autêntico enigma macroeconómico, os mercados continuarão a oscilar entre declarações dos dirigentes do banco central, dados económicos e factores geopolíticos. A incerteza permanece elevada e a volatilidade deverá continuar a marcar o ritmo dos fluxos financeiros globais nos próximos dias.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>valor accionista em três anos e enfrentam agora a falência.
Fonte: O Económico





