FEMATRO diz que subornos são maior causa dos acidentes 

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A FEMATRO diz que a corrupção nas estradas, para acobertar infracções dos transportadores, é a maior causa dos acidentes de viação ao longo da Estrada Nacional Número 1. Já os passageiros interprovinciais exigem mais responsabilidade por parte dos transportadores.

Bernardo Wache aguardava pela partida do autocarro do terminal Interprovincial e Internacional da Junta, para mais uma viagem de rotina, à província de Inhambane. 

Contrariamente aos anos passados,  contou  a nossa equipa de reportagem, que ultimamente tem viajado com o coração na mão, devido a onda de acidentes de viação. 

“As condições na estrada não estão boas,  só me sentirei aliviado depois de ter chegado, essa é uma das minhas maiores preocupações”, contou. 

Carros superlotados e até mesmo com passageiros em pé e excesso de velocidade nas viagens interprovinciais, é o que os passageiros denunciam. 

“Se utilizassem somente as cadeiras dos semi-colectivos seria muito bom, mas algumas pessoas devem viajar paradas. Os transportadores não obedecem  as regras, eles correm sem ter em conta que as estradas são movimentadas e não estão nas melhores condições. Quando reclamamos dizem que querem chegar cedo”, relatou Teresa Joaquim.

Por sua vez, os transportadores reconhecem que o excesso de velocidade faz parte da sua rotina, muitas vezes, para obter as receitas a tempo. 

“Os semi colectivos têm excedido as velocidades e não sabem que deve haver equilíbrio na estrada. Os transportadores por vezes nem sequer sabem onde devem reduzir”, explicou Raul Estevão, que revelou que alguns transportadores fazem-se à estrada sem licenças para exercer a actividade e com as viaturas em condições precárias. 

Jordão Matsinhe, transportador há mais de 20 anos, explicou que as deficiências mecânicas propiciam a maioria dos acidentes de viação. 

“Um carro consegue sair de Maputo para Gaza com somente três pernos no pneu, mas leva seis e somente três estão apertados. A primeira coisa que a polícia faz é verificar estas condições, mas quando é aliciado, deixa a viatura passar  ” 

Associado a isso, os transportadores voltam a queixar-se de estradas esburacadas, o que compromete as viagens. 

“Na verdade a estrada está péssima, principalmente naquela zona de 3 de Fevereiro na Manhiça. O transportador deve sempre ter em sua mente que deve ter muito cuidado, porque ali a situação é péssima”.

Com estrada esburacada ou não, a Fematro diz que o maior problema é mesmo  o comportamento humano. 

“O que está a acontecer é o suborno, esta é a conclusão que nós tiramos. Os policias estão sempre lá, mas mesmo assim, os carros sempre passam. A polícia entra no esquema com os motoristas e deixa os carros andarem. Como é que se explica que um carro de 15 lugares tenha o dobro dos passageiros”, explicou Castigo Nhamane, Presidente da FEMATRO. 

De acordo com a agremiação, em quase todos os postos, a fiscalização é acompanhada de subornos, para acobertar deficiências mecânicas, superlotação e falta de documentos. 

“A hora que um dos carros envolvidos em um dos acidentes ontem, apareceu na Manhiça, demonstra que partiu muito antes da hora indicada para circulação. Passou por vários postos de fiscalização, mas nada foi feito. O motorista não tinha carta compatível para o serviço de transporte de passageiros”. 

Como resposta, FEMATRO exige que as equipas de fiscalização sejam mais abrangentes e rigorosas e apela aos  passageiros que sejam vigilantes.

Fonte: O País

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