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Tuesday, December 2, 2025
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FORÉX Global Entra em Dezembro Com Dólar Mais Fraco e Reconfiguração das Expectativas da Fed

Resumo

O mercado cambial global iniciou dezembro com o dólar sob pressão moderada, o euro em recuperação técnica, o rand entre as melhores moedas emergentes e o metical a manter a estabilidade nominal. A expectativa de cortes na taxa de juro da Reserva Federal dos EUA está a impulsionar a procura por ativos de risco, levando a ajustamentos nas principais moedas internacionais. O dólar está a descomprimir ligeiramente devido às perspetivas de cortes nos Fed Funds em 2026, incentivando investimentos em ativos mais arriscados, como em mercados emergentes. O euro valorizou face ao dólar, mas principalmente devido à fraqueza deste último, uma vez que a Zona Euro enfrenta um crescimento fraco e expectativas de política monetária suave. A recuperação do euro é vista como um sinal positivo, indicando uma possível diminuição da pressão descendente.

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p style="margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial">O mês inicia-se com o dólar sob pressão moderada, um euro em recuperação técnica, o rand entre os melhores desempenhos emergentes e o metical a manter a sua estabilidade nominal.

O mercado cambial global iniciou Dezembro com sinal moderadamente negativo para o dólar norte-americano, num contexto em que as expectativas de cortes da taxa directora da Reserva Federal dos Estados Unidos voltam a ganhar força e reforçam a procura por activos de risco. As principais moedas internacionais registam, assim, movimentos de ajustamento que dão o tom para o último mês do ano.

O arranque de Dezembro está a ser marcado por uma reconfiguração da narrativa dominante nos mercados financeiros internacionais. O dólar, que manteve uma posição firme ao longo de grande parte de 2025, entrou no último mês do ano em ligeira fase de descompressão, influenciado pelo sentimento crescente de que a Reserva Federal poderá avançar com cortes nos Fed Funds ao longo de 2026. Esta perspectiva tem vindo a reduzir o apetite por posições defensivas no dólar e a estimular fluxos de capitais em direcção a activos mais arriscados, particularmente em mercados emergentes.

Entre as principais divisas, o euro destaca-se pela recuperação técnica, negociando em torno de 1,16 dólares. A valorização, contudo, decorre essencialmente da fraqueza do dólar, uma vez que o enquadramento macroeconómico da Zona Euro permanece marcado por crescimento anémico, inflação persistentemente baixa e expectativas de política monetária pouco agressivas por parte do Banco Central Europeu. Ainda assim, a inversão da tendência descendente do euro, observada ao longo do segundo semestre, constitui um elemento relevante para os operadores, sugerindo que a pressão descendente poderá estar a perder força.

No eixo Ásia-Pacífico, o iene recupera parte das perdas recentes, suportado pela crescente especulação em torno de uma eventual alteração da orientação de política monetária do Banco do Japão. O mercado aguarda a reunião de 19 de Dezembro, vista como crucial para determinar o posicionamento futuro da instituição, que poderá finalmente abandonar a estratégia ultra-acomodatícia que marcou os últimos anos. Este factor acrescenta volatilidade ao par USD/JPY, historicamente sensível à expectativa de normalização monetária no Japão.

No espaço emergente, o rand sul-africano permanece entre as moedas com melhor desempenho relativo no início do mês. O dólar negoceia na casa dos 17,1 rands, um patamar que representa apreciável recuperação quando comparado com os valores registados durante a primeira metade do ano. Analistas internacionais associam esta trajectória à mensagem de maior rigor fiscal transmitida recentemente pelo Tesouro sul-africano, à continuidade da política monetária restritiva do Banco de Reserva da África do Sul e à melhoria do apetite pelo risco nos mercados globais.

Já em Moçambique, a fotografia cambial permanece praticamente inalterada. O metical continua a ser negociado muito próximo de 64 por dólar, com a taxa de referência do Banco de Moçambique a situar-se em torno de 63,27 meticais por dólar. A estabilidade nominal da moeda nacional tem sido uma constante ao longo de 2025, ainda que este comportamento esconda pressões internas resultantes da limitada disponibilidade de divisas no mercado. A oscilação diária reduzida confirma um ambiente de gestão cambial apertada, num contexto económico em que a previsibilidade cambial se assume como importante amortecedor face às incertezas externas.

O início de Dezembro, por conseguinte, oferece um retrato híbrido: o dólar entra em fase de ajustamento descendente, o euro aproveita para recuperar espaço, o rand beneficia da inversão do sentimento global e o metical preserva a sua estabilidade formal. Com vários bancos centrais a reunirem-se ao longo deste mês — incluindo o Banco do Japão, a Reserva Federal e o Banco Central Europeu — o período poderá revelar-se determinante para a definição do tom monetário do primeiro trimestre de 2026.

O desempenho cambial do primeiro dia de Dezembro reforça a ideia de que o último mês do ano poderá ser decisivo na redefinição do posicionamento global das principais divisas, abrindo espaço para ajustamentos significativos caso as decisões de política monetária confirmem a mudança de ciclo que os mercados começam a antecipar.

Fonte: O Económico

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