Resumo
A Câmara de Comércio de Moçambique formalizou uma candidatura única à presidência, resultante da fusão das listas A e B, marcando uma nova fase no processo eleitoral. Após um contencioso judicial que anulou uma candidatura, o entendimento é visto como um sinal de maturidade política e compromisso com a estabilidade do setor privado moçambicano. O acordo foi alcançado após semanas de incerteza institucional, refletindo visões distintas sobre a governação da organização. A fusão das candidaturas foi formalizada num memorando de entendimento, visando fortalecer a Câmara de Comércio e unir esforços em prol dos empresários e do país. Os líderes das listas destacaram a importância da unidade num contexto económico que exige coesão.
A Câmara de Comércio de Moçambique entrou numa nova fase do seu processo eleitoral com a formalização de uma candidatura única à presidência, resultante da fusão das listas A e B. O entendimento, alcançado após semanas de incerteza institucional e de um contencioso judicial que anulou uma candidatura, é apresentado como um sinal de maturidade política interna e de compromisso com a estabilidade e a unidade do sector privado moçambicano.
Do Conflito Judicial Ao Compromisso Político
O processo eleitoral da CCM arrancou com a apresentação de duas listas concorrentes: a Lista A, liderada por Fileu Pave, e a Lista B, encabeçada por Lucas Chachine. A disputa ganhou rapidamente dimensão interna e mediática, reflectindo visões distintas sobre a governação e o posicionamento estratégico da organização.
No decurso do processo, surgiram impugnações e alegações de irregularidades que culminaram numa decisão judicial que anulou a candidatura de Lucas Chachine, interrompendo o calendário inicialmente previsto para a realização da Assembleia Eleitoral e abrindo um período de incerteza institucional.
Perante este cenário, as lideranças das duas listas optaram por privilegiar o diálogo, iniciando contactos que desembocaram na assinatura de um memorando de entendimento, formalizando a fusão das duas candidaturas numa lista única.
Unidade Como Resposta Às Exigências Do Contexto Económico
Para Lucas Chachine, o acordo alcançado resulta de um exercício de responsabilidade institucional e de foco no interesse colectivo. Segundo afirmou, a sua participação no processo associativo visa colocar ao serviço da CCM a experiência acumulada em vários fóruns empresariais nacionais e regionais, sublinhando que “não há lista A nem lista B, há um único objectivo: fortalecer a Câmara de Comércio e colocá-la ao serviço dos empresários e do país”.
Na mesma linha, Fileu Pave defendeu que o entendimento representa um marco relevante para o sector privado, num contexto económico que exige maior coesão e capacidade de intervenção. Para o líder da Lista A, a existência de clivagens internas fragilizaria a organização num momento em que o país necessita de um sector privado unido e interventivo.
Respeito Pelos Trâmites Estatutários Mantém-se Central
Apesar do entendimento político, os intervenientes sublinham que o processo seguirá escrupulosamente os trâmites legais e estatutários. O memorando de entendimento deverá ser submetido à Comissão Eleitoral da CCM, responsável por verificar a sua conformidade, proceder à homologação da lista única e conduzir as etapas subsequentes, incluindo a marcação da Assembleia Eleitoral.
Neste quadro, não está prevista a entrada de novas candidaturas, devendo o processo avançar com base no consenso agora alcançado.
Avaliação De Governação Prevista Para 2026
Segundo informações partilhadas no seio da organização, está igualmente previsto que, em meados de 2026, a Assembleia Geral da CCM proceda a uma avaliação do mandato e da governação para o quadriénio 2026-2029. Este exercício poderá incluir ajustamentos institucionais, reforço dos mecanismos de transparência e um realinhamento estratégico da Câmara com os desafios da economia nacional.
Para Muzila Nhatsave, antigo presidente da Comissão Eleitoral da CCM, a fusão das listas resulta da colocação dos interesses da organização acima de interesses individuais, salientando que, com este entendimento, “vence a organização, vencem os empresários e vence o país”.
Reforço Da Credibilidade Do Associativismo Empresarial
Outros membros da Câmara sublinham que o processo deve ser entendido como parte normal da vida associativa, considerando que a solução encontrada reforça a credibilidade institucional da CCM. Para Edson Chichong, o país necessita de empresários mobilizadores, capazes de liderar respostas concretas aos desafios actuais, com destaque para a criação de emprego e o dinamismo económico.
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p style="margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial">Criada em 17 de Julho de 1980, a Câmara de Comércio de Moçambique integra actualmente mais de mil membros e representa empresas de diversos sectores do tecido produtivo nacional. O desfecho consensual do processo eleitoral surge, assim, como um sinal de estabilidade institucional num momento em que o sector privado é chamado a desempenhar um papel cada vez mais activo no desenvolvimento económico do país.
Fonte: O Económico






