Por: Alda Almeida
Com todas as arquibancadas do Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM) completamente lotadas, o grupo moçambicano “Vagabundus” levou ao rubro o público presente na noite de 22 de Agosto, em Maputo. A apresentação, foi uma fusão arrebatadora de canto e dança que marcou o regresso ao país depois de uma bem-sucedida digressão internacional, passando por vários países da Europa, América do Sul e África.
Sob a direção do coreógrafo Ídio Chichava, o espectáculo contou com 13 intérpretes em palco, entre cantores e bailarinos, que celebraram a riqueza cultural de Moçambique através de uma ousada mistura de ritmos tradicionais, gospel e música barroca. O momento de maior exaltação surgiu com a interpretação de ‘yo Vani Ku Tsaka’, um cântico que emocionou a plateia e simbolizou, de forma singular, a união entre tradição e modernidade.
Em entrevista à Revista Tempo, Chichava afirmou que, apesar de já terem apresentado o espectáculo por duas vezes em Moçambique, esta actuação teve um peso especial. “O dia 22 de Agosto foi de muita responsabilidade, por trazermos de volta a casa aquilo que fazemos além-fronteiras”, referiu.
Questionado sobre a responsabilidade de representar Moçambique no exterior, Chichava garantiu que essa missão tem sido leve. “Temos plena consciência de quem somos e da nossa cultura. É com muito amor que carregamos Moçambique em cada palco onde actuamos”, disse.
Quanto ao futuro, o coreógrafo revelou planos ambiciosos: “Pretendemos estender o nosso mercado, apostando no continente asiático, América e reforçando a presença na Europa, onde estaremos na nossa próxima actuação”.
Chichava anunciou ainda à Revista Tempo que está em preparação um novo projecto intitulado ‘Dzudza’, que será apresentado durante o evento KINANE, agendado para 24 de Novembro. Segundo o coreógrafo, este novo trabalho surge como uma “acção de graças” e será uma celebração da união.
Com o sucesso do espectáculo, Chichava e a sua equipa reafirmam o talento moçambicano no panorama global das artes performativas, demonstrando que a dança contemporânea africana tem voz própria e cada vez mais lugar nos palcos internacionais.