O Presidente da República, Daniel Chapo, anunciou hoje que o Governo moçambicano está a estudar medidas de apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME) afetadas pelas manifestações pós-eleitorais, incluindo a reestruturação de dívidas e a criação de linhas de crédito bonificadas para impulsionar a recuperação económica.
A informação foi partilhada pelo chefe de Estado através da sua conta oficial na rede social X, onde revelou que se reuniu com a Associação dos Bancos Comerciais, no dia 20 de fevereiro, para avaliar as estratégias que podem mitigar os impactos da destruição causada pelos protestos.
“Em busca de soluções para aliviar a pressão financeira das empresas, reunimos hoje com a Associação dos Bancos Comerciais, para avaliar as medidas de recuperação económica destinadas a mitigar os impactos das recentes manifestações violentas”, declarou Chapo.
Linhas de financiamento e reestruturação de dívidas
Segundo o Presidente, uma das principais propostas discutidas foi a possibilidade de reestruturar as dívidas das PME diretamente ou indiretamente afetadas pelos protestos. Além disso, foi analisada a criação de linhas de crédito bonificadas, com taxas de juro anuais estimadas em 15%, para empresas que não possuem dívidas, mas necessitam de capital para retomar as operações.
“Com estas e outras medidas em análise, esperamos fortalecer a resiliência das PME e assegurar a rápida recuperação sustentável da economia nacional”, acrescentou o chefe de Estado.
CTA alerta para impacto no sector empresarial e no emprego
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) já havia alertado para os graves impactos das manifestações no tecido empresarial. Segundo estimativas divulgadas pela organização em 30 de dezembro, mais de 500 empresas foram vandalizadas e pelo menos 12 mil pessoas perderam os seus empregos em consequência da destruição.
O vice-presidente do pelouro da indústria da CTA, Onório Manuel, destacou que a maioria das empresas afetadas está localizada na Província de Maputo, onde se concentra o maior número de unidades industriais do país.
“Estamos a falar das maiores indústrias alimentares do país, que já estão com equipamentos danificados e infraestruturas totalmente destruídas. Isso pode resultar numa escassez de produtos e numa subida galopante dos preços“, explicou o dirigente da CTA.
Além disso, alertou que o número de empresários que ponderam encerrar as suas portas devido à insegurança tem vindo a crescer, o que pode agravar ainda mais o desemprego e a crise económica.
Manifestações pós-eleitorais deixam rastro de destruição
Moçambique vive um ambiente de instabilidade social desde as eleições gerais de 09 de outubro de 2024, com protestos, barricadas, destruição de equipamentos públicos e privados, saques e confrontos com a polícia. Os tumultos já resultaram em mais de 300 mortos e prejuízos económicos significativos, impactando diretamente a atividade empresarial e o investimento no país.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Diante deste cenário, as medidas que estão a ser discutidas pelo Governo poderão determinar o ritmo da recuperação económica e a sobrevivência de centenas de empresas afetadas pela crise.
Fonte: O Económico