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Tuesday, October 7, 2025
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Governo reconhece incapacidade de contratar professores suficientes neste ano

Resumo

O Ministério da Educação e Cultura alerta para o défice estrutural de professores em Portugal, prevendo-se um agravamento em 2026 com a entrada de mais de 1,6 milhões de crianças no ensino primário. Em 2025, o Governo só tem capacidade para contratar 2119 novos professores, muito abaixo dos 16 mil necessários para o ensino primário. O rácio médio nacional era de 68 alunos por professor em 2024, acima dos 45 estipulados, podendo chegar a 70 em 2026. O porta-voz do ministério, Silvestre Dava, reconhece as dificuldades, destacando a aposta em capacitação pedagógica e metodologias participativas para garantir a qualidade do ensino, sem travar a expansão do acesso à educação.

O Ministério da Educação e Cultura reconhece que o país enfrenta um défice estrutural de professores, que ameaça agravar-se em 2026, com o ingresso de mais de um milhão e seiscentas crianças só para o ensino primário. O Governo precisava de mais 16 mil professores para responder à demanda do ensino primário neste ano, mas só tem capacidade para contratar 2119.

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) prevê inscrever 1 623 063 crianças na 1.ª classe em 2026. Este crescimento acontece num contexto de défice crítico de professores, que ameaça sobrecarregar ainda mais as escolas. 

Segundo o porta-voz do ministério, Silvestre Dava, a capacidade de resposta do Estado continua aquém das necessidades reais. “O número de professores que necessitamos no sistema não tem sido aquele que desejávamos para podermos responder à demanda”, reconheceu.

Em 2024, o rácio médio nacional era de 68 alunos por professor, acima dos 45 estipulados pela regulamentação. O cenário tende a agravar-se em 2025 e 2026, podendo atingir 70 alunos por professor. Em algumas províncias, como Cabo Delgado e Nampula, há escolas onde cada docente chega a leccionar para 100 alunos.

“É um desafio enorme para o professor que devia atender a 45 alunos e tem de gerir uma turma enorme”, afirmou Dava, sublinhando que a limitação financeira impede contratações em larga escala.

De acordo com dados do MEC, o Governo tem capacidade para contratar apenas 2119 novos professores em 2025, muito abaixo da necessidade estimada de 16 mil docentes para o ensino primário e 8627 para o ensino secundário.

Questionado sobre o impacto do rácio elevado na qualidade do ensino, o porta-voz do rejeitou a ideia de que o número de alunos por professor seja o único factor determinante.

“A qualidade do ensino tem várias dimensões. O que gera qualidade é o professor. Trabalhamos com metodologias activas para que os docentes consigam lidar com turmas grandes”, explicou.

Silvestre Dava afirmou ainda que o Governo não pretende travar a expansão do acesso à educação, mesmo diante das dificuldades. “Se deixássemos de expandir a educação em prol da qualidade, estaríamos a elitizar o sistema e a contrariar os princípios que defendemos desde a independência”, destacou.

O Governo aposta na capacitação pedagógica, no reforço das metodologias participativas e na optimização de recursos humanos para evitar que o sonho de uma educação para todos se transforme num problema estrutural de qualidade.

Fonte: O País

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