Reconhecida em todo o mundo pelo seu compromisso com as mulheres, crianças e pessoas idosas, Graça Machel é hoje uma das vozes mais influentes e respeitadas em África e no resto do mundo, tendo recebido várias distinções internacionais pela sua dedicação à causa da humanidade.
Nascida a 17 de Outubro de 1945, no distrito de Mandlakazi, província de Gaza, Graça Machel destacou-se desde cedo pela sua determinação e espírito de liderança. Formou-se em Filologia na Universidade de Lisboa, onde se envolveu nos grupos estudantis, filiando-se ao movimento libertador Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), hoje partido dirigente do Estado moçambicano, formação política de que é membro activa e uma das figuras mais proeminentes do processo democrático.
Após a independência, em 1975, tornou-se ministra da Educação e Cultura durante catorze anos, cargo em que promoveu uma profunda transformação no sistema de ensino moçambicano.
Sob a sua liderança, foram criados programas de alfabetização e ampliado o acesso à educação básica, especialmente para raparigas e mulheres adultas.
Tornou-se a primeira primeira-dama de Moçambique, depois de se ter casado com o Presidente Samora Machel, líder revolucionário africano, em Setembro de 1975.
Após a morte do Presidente Samora Machel, a 19 de Outubro de 1986, Graça Machel intensificou o seu engajamento em causas sociais e humanitárias.
Criou a organização sem fins lucrativos Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), que trabalha para facilitar o acesso da comunidade a conhecimentos e tecnologias para fomentar o desenvolvimento sustentável.
Também colaborou com as Nações Unidas na defesa dos direitos das crianças afectadas por conflitos armados, trabalho que lhe valeu a Medalha Nansen em 1995.
Foi distinguida com o Prémio Norte-Sul, do Conselho da Europa, e o Prémio Princesa das Astúrias de Cooperação Internacional, reforçando o reconhecimento global pelo seu contributo à paz e à igualdade.
Ao longo das últimas décadas, Graça Machel recebeu vários prémios e distinções internacionais, entre os quais a Medalha de Ouro da Organização Mundial da Saúde (2018), os títulos de Doutora Honoris Causa por várias universidades.
Mais recentemente, o Forbes Woman Africa Lifetime Achievement Award, o African Philanthropy Lifetime Achievement Award, o DVF Lifetime Leadership Award e o Democracy Award do National Democratic Institute.
Aos 80 anos, Graça Machel continua activa à frente de causas em prol da humanidade, principalmente em defesa da mulher, raparigas, crianças e idosos, sendo igualmente membro do grupo internacional de líderes, “The Elders”, criado por Nelson Mandela. A sua voz permanece firme na defesa da justiça social, da igualdade de género e do desenvolvimento sustentável, inspirando gerações em Moçambique, em África e no mundo.
Fonte: Jornal Noticias