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HCB Alcança 4,5 MTN e Quebra Ciclo de Subavaliação no Mercado

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A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) atingiu em Maio de 2025 o valor de 4,5 meticais por acção, ultrapassando pela primeira vez em mais de três anos o patamar da avaliação inicial da Oferta Pública. Esta evolução marca um ponto de viragem no mercado, após um longo período de desfasamento entre o valor de mercado e os fundamentos financeiros da empresa.

Desde a sua admissão à cotação na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) em 2019, a HCB tem sido consistentemente subavaliada pelos investidores. O preço de abertura da Oferta Pública foi fixado em 3 meticais por acção, mas o comportamento do mercado desde então raramente acompanhou os sucessivos indicadores positivos que a empresa apresentou.

Em 2022, 2023 e também em 2024, a empresa registou desempenhos financeiros robustos, muitas vezes superiores às suas próprias projecções internas e às estimativas dos analistas. Contudo, o valor bolsista da acção permaneceu abaixo da avaliação inicial durante largos períodos, como é visível no gráfico de evolução das cotações, com oscilações frequentes e um patamar médio abaixo dos 3 MTN.

O relatório de avaliação elaborado pela FINANTIA em Setembro de 2023 já apontava para uma clara subvalorização. À data, o preço da acção rondava os 2 meticais, enquanto as estimativas mais conservadoras apontavam para uma valorização justa superior a 4 MTN. Alguns modelos indicavam mesmo que este valor continuava a subestimar o verdadeiro potencial da empresa.

Recorde-se que os resultados líquidos de 2023 e 2024 constituem os mais elevados da história da HCB.

É neste contexto que a cotação atinge, finalmente, os 4,5 MTN em Maio de 2025. Para muitos analistas, este valor aproxima-se mais da realidade económico-financeira da empresa e reflecte, ainda que tardiamente, a sua solidez operacional e capacidade de geração de resultados.

A razão mais plausível para esta viragem de tendência parece ser a política de distribuição de dividendos. Nos últimos anos, a empresa tem adoptado uma abordagem mais generosa na remuneração aos accionistas, o que tende a valorizar o activo no mercado secundário. A expectativa de retorno passou a ser mais atractiva, levando a uma revalorização gradual da confiança dos investidores.

O caso da HCB é ilustrativo de um fenómeno comum em mercados bolsistas emergentes: o desalinhamento entre valor intrínseco e percepção do mercado. A inversão dessa tendência poderá consolidar-se, desde que a empresa mantenha uma política de transparência, bons resultados operacionais e previsibilidade nas decisões estratégicas.

Fonte: O Económico

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