O Hospital Rural de Chókwè (HRC), o maior e de referência regional, com capacidade de 106 camas debate-se com a infiltração de água, na sequência da degradação da cobertura, um problema antigo, que afecta vários serviços, em particular os da cirurgia e pediatria. Os utentes temem reviver o drama que se agrava com a chegada da época chuvosa.
” Tudo está degradado. Os vidros, a energia mal funciona devido a Infiltração. Estão aí doentes, e mosquitos entram. O hospital é uma casa bonita de fora, mas de dentro são gritos. Portanto, tinha que ser bonito de verdade”, clamou um utente.
Miguel Chana, de 68 anos de idade, testemunhou a construção do hospital, e entende que o actual estágio das instalações reforça a sensação de abandono e negligência no sector da saúde.
“É inadmissível isto, o Governo deve imediatamente tomar uma acção para mudar o cenário, antes que pior ocorra”, disse.
Uma infraestrutura hospitalar, com mais de 50 anos, pálida devido ao desgaste da pintura, e que sofre com a falta de agentes de serviços e janelas destruídas, camas “cansadas” e sujas e, que comprometem a higiene e a segurança das instalações, admitiu, o director do hospital Rural Samuel Claudino.
“Realmente, a segurança no recinto hospitalar é preocupante, há cadeiras e outros materiais que acabam desaparecendo sem explicações, na entrada do hospital, tem um posto policial, mas também não passam daí. Então, acreditamos que talvez a água escapule-se pela área de trás, onde não há vedação “, reconheceu.
Confrontada, sobre a questão da problemática da infiltração de água, a direção do Hospital Rural de Chókwè confirmou o drama, que se arrasta desde as cheias de 2000. Sendo que os blocos administrativos, de cirurgia, aprovisionamento, pediatria e medicina são os mais afetados.
“A infraestrutura ainda não foi reabilitada desde as cheias de 2000 e 2013. É difícil trabalhar num ambiente alagado” assumiu.
Entretanto, nada pode ser feito devido à falta de fundos, o que resultou, entre outros, na rescisão do contrato de fornecimento de água.
“Mas o hospital já manifestou interesse junto aos serviços de infraestrutura do distrito. estamos a aguardar”, garantiu a direcção.
Sobre a dívida com a Águas da região sul ( ADRS), o dirigente respondeu que “as faturas já eram insustentáveis. Interromperam, mas nós já estávamos, já tínhamos o nosso furo”.
E, há mais, a unidade hospital precisa de mais agentes de serviços “para garantir a limpeza do hospital, pelo que temos 29 agentes de serviços e precisaríamos de 44”, concluiu.
O Hospital Rural de Chókwè atende pacientes de pelo menos cinco distritos, em particular Mabalane e Guijá.
Fonte: O País