Inflação em 2024 foi de 4,15%, em Dezembro atingiu 1,60%

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O Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Moçambique registou uma inflação acumulada de 4,15% em 2024, com um aumento médio anual de 3,20%, refletindo os desafios enfrentados pela economia moçambicana num cenário de pressão inflacionária moderada. O mês de Dezembro, tradicionalmente associado a um aumento sazonal dos preços, destacou-se com uma inflação mensal de 1,60%, impulsionada sobretudo pela elevação nos preços de alimentos e bebidas.

Dinâmica mensal: Dezembro e os custos crescentes

A inflação mensal de Dezembro de 2024 foi significativamente influenciada pelos aumentos em produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, que contribuíram com 1,16 pontos percentuais (pp) para a variação total. Entre os produtos que mais subiram, destacam-se o tomate (+21,4%), a cerveja consumida fora de casa (+10,3%) e o carapau (+7,5%).

Embora a pressão inflacionária tenha sido predominante, alguns produtos apresentaram redução nos preços, como limões (-8,9%) e roupas infantis, contribuindo negativamente para o índice geral, com um alívio de -0,01 pp. No entanto, o impacto dessas reduções foi insuficiente para compensar a tendência geral de alta.

Panorama anual: Inflação acumulada em 4,15%

Ao longo de 2024, os preços em Moçambique registaram um aumento acumulado de 4,15%, com maior pressão nas categorias de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas (+2,72 pp) e Restaurantes e Hotéis (+0,64 pp). Produtos básicos como peixe seco, feijão manteiga, arroz e refeições completas fora de casa lideraram as contribuições para a inflação acumulada.

Essa dinâmica reflete uma pressão contínua sobre os custos de bens essenciais, especialmente num contexto de desafios logísticos e de produção interna. Os aumentos também evidenciam a vulnerabilidade do país às flutuações de preços em mercados globais, especialmente em alimentos importados.

Diferenças Regionais: Maputo versus Quelimane

A inflação acumulada variou significativamente entre as cidades moçambicanas. Quelimane registou o maior aumento anual (4,98%), refletindo uma pressão acentuada nos preços locais. Xai-Xai (4,42%) e a Beira (4,33%) também se destacaram. Em contrapartida, Maputo, a capital, apresentou uma inflação acumulada mais baixa (3,85%), enquanto Inhambane registou o menor aumento (3,26%).

Essa variação regional pode ser atribuída a fatores como diferenças nos custos logísticos, níveis de consumo e acessibilidade a bens essenciais. As cidades costeiras, por exemplo, enfrentaram maior pressão em itens como peixe e outros alimentos básicos.

Implicações e desafios para 2025

Os dados do IPC de 2024 revelam que a inflação em Moçambique continua a ser impulsionada por alimentos e serviços, reflectindo uma dependência significativa de importações e desafios estruturais na produção interna. Com a inflação média anual a 3,20%, o impacto é particularmente severo para famílias de baixa renda, que alocam grande parte do orçamento em itens de primeira necessidade.

Para 2025, as perspectivas dependem de vários factores, incluindo:

Os dados de inflação de 2024 demonstram um cenário económico que, embora relativamente estável, ainda enfrenta desafios significativos. A pressão sobre os preços dos alimentos e serviços essenciais é um reflexo das vulnerabilidades estruturais da economia moçambicana.

As soluções para mitigar o impacto da inflação passam por uma abordagem integrada que inclua o fortalecimento da produção interna, a diversificação da economia e políticas eficazes de controle de preços. À medida que 2025 se inicia, Moçambique tem a oportunidade de implementar mudanças estratégicas para promover um crescimento económico mais inclusivo e sustentável.

Fonte: O Económico

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