A penitenciária Regional de Mabalane, na província de Gaza, poderia estar a produzir em mais de 300 hectares, mas, porque a água não circula adequadamente e não há meios suficientes de produção, mais de 200 hectares não estão a ser utilizados.
“Porque, neste momento, estamos a trabalhar com dois tractores. Estamos sempre a reparar por causa de algumas avarias, porque já estão há bastante tempo a funcionar. Por enquanto, nós trabalhamos com três moto bombas”, revelou o Chefe da Unidade de Produção da penitenciária Regional de Mabalane, José António.
O sistema mecanizado de irrigação foi, supostamente, vandalizado há 10 meses e a sua reparação custa mais de 20 milhões de meticais, que não estão disponíveis.
“Fomos descobrir que o pivot estava com a sua caixa de comando vandalizada. Havia sido vandalizado o PT, que alimenta o próprio pivô e a eletro-bomba”, avançou o Chefe de Departamento de Inspeção da penitenciária, Carlos Momade.
Carlos Momade reconhece ainda que a situação “traz constrangimento na irrigação dos campos”.
Contudo, as áreas de produção estão verdes e a garantia é de uma campanha agrícola 2025-2026 promissora, aliás, espera-se mais de 500 toneladas de culturas diversas, aliada a produção pecuária que conta atualmente com mais 173 bovinos.
“Hoje, temos 85,5 hectares lavrados com culturas. Esperamos um resultado de 553 toneladas, seis tanques de produção de peixe, que contam com dois mil alevinos em produção”, explicou José António, acrescentando que há falta de meios para escoamento da produção.
Por sua vez, a governadora de Gaza, Margarida Mapandzene, defende soluções locais face aos problemas levantados.
“Então, os rendimentos podem servir também, aos poucos, para podermos arranjar o equipamento que está avariado, ao longo do nosso trabalho. Parece que tem mais de 300 e tal hectares, estão a explorar menos que a metade. Tem muita couve, tem muitas hortícolas, tem também muitos cereais. Então, desde já temos que identificar qual é o mercado para o feijão e para o milho (…) Mesmo localmente, assim como Maputo, traz feijão de Niassa e é uma oportunidade de termos feijão aqui perto, em Mabalane, na província de Gaza”, disse a governadora.
A penitenciária regional de Mabalane conta com mais 400 reclusos distribuídos em vários sectores da unidade de produção.
Fonte: O País