Investimento Directo Estrangeiro Cresce 46,3% e Consolida Papel dos Mega-Projectos na Economia Moçambicana

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O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) voltou a afirmar-se como pilar do financiamento externo de Moçambique em 2024, alcançando os 4,1 mil milhões de dólares e crescendo 46,3% face a 2023. Este incremento resulta sobretudo do progresso nos grandes projectos da Área 1 da Bacia do Rovuma e de investimentos adicionais nos sectores mineiros. Apesar da trajectória positiva, o perfil altamente concentrado do IDE revela riscos associados à falta de diversificação económica e à dependência de choques externos.

Composição e Origem do IDE em 2024

De acordo com o Banco de Moçambique, o IDE foi canalizado sobretudo para:

A maioria do capital teve origem em jurisdições da União Europeia, Emirados Árabes Unidos e Ásia, reflectindo uma carteira de interesses geopolíticos alargados, com forte presença de multinacionais de energia e mineração.

IDE Como Âncora da Conta Financeira e de Reservas

O IDE respondeu por 73,7% do total de entradas líquidas na conta financeira, desempenhando um papel central na cobertura do défice da conta corrente, que em 2024 foi de -3.376,2 milhões USD.

Adicionalmente, as entradas de IDE contribuíram para o aumento das reservas internacionais líquidas, que passaram de 3.103,3 para 3.454,2 milhões USD, permitindo ao país preservar a estabilidade cambial sem recurso a endividamento externo de curto prazo.

Riscos e Lacunas: Diversificação Ainda por Concretizar

Apesar da robustez do fluxo de IDE, o relatório do Banco de Moçambique evidencia que mais de 95% do investimento estrangeiro directo continua a ser canalizado para megaprojectos, enquanto os sectores como agricultura, indústria transformadora e turismo absorvem uma parcela marginal.

Este desequilíbrio evidencia:

Consolidar Ganhos e Corrigir Assimetrias

O forte desempenho do IDE em 2024 reforça a confiança dos investidores internacionais nos activos estratégicos moçambicanos. Contudo, o desafio central reside em canalizar parte desse IDE para promover encadeamentos produtivos, industrialização e aumento do conteúdo local.

Para tal, são necessárias políticas activas de diversificação, melhoria do ambiente de negócios e promoção de uma estrutura fiscal que favoreça investimentos em sectores produtivos fora da esfera extractiva.

Fonte: O Económico

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