“A Deslocada Joaquina” traz à tona os rostos invisíveis da guerra, os deslocamentos forçados, a vida interrompida de milhares de famílias, a dor de uma terra mutilada pelo terrorismo e pelo abandono.
Na figura de Joaquina, o autor constrói uma narrativa marcada pela resiliência feminina, pela força de quem resiste mesmo diante do horror inimaginável. Através do testemunho da personagem, gritam não apenas histórias individuais, mas também o retrato colectivo de uma população que foi obrigada a deixar tudo para trás — casas, tradições, sonhos — para salvar a vida.
O livro denuncia, sem medo, o abuso de poder, o silêncio cúmplice e as promessas não cumpridas. É um grito que questiona a própria soberania e segurança do Estado, chamando atenção para as responsabilidades esquecidas.
“A Deslocada Joaquina” não se limita à denúncia. É também uma ponte de solidariedade, um apelo à consciência colectiva e um convite a não virar o rosto diante do sofrimento humano. Nas palavras do autor, trata-se de uma tentativa de eternizar a memória dos deslocados, de modo que nem a indiferença nem a distância nos privem de sentir a dor e a esperança que os acompanham.
O lançamento será um momento reflexivo e cívico de grande significado, reunindo estudantes, professores, religiosos, escritores, jornalistas e todos aqueles que reconhecem na literatura um espaço de reflexão crítica e transformação social.
O livro, mais do que literatura, pretende ser um documento humano e histórico.
Sobre o Autor
John Kanumbo é escritor, cronista e crítico social. Natural de Cabo Delgado, tem dedicado a sua obra à reflexão sobre política, sociedade, religião e as dores que atravessam Moçambique contemporâneo. Com “A Deslocada Joaquina”, o autor afirma-se como uma das vozes mais severas e comprometidas com a verdade.
Fonte: O País