A história da Liga, em formato de 20, 18 ou 16 equipas, conta com vários “milagres” de sobrevivência, algo que o Boavista procura em 2025. Eliminadas as restrições impostas pela FIFA, os axadrezados – doravante liderados por Lito Vidigal – inscreveram nove reforços, entre os quais o guarda-redes Vaclik, o lateral Kurzawa e o médio Van Ginkel.
O Maisfutebol recua nas décadas, até à época 1971/72, para recordar notáveis recuperações, campanhas ingratas, a norma da presente década e as peripécias da “Pantera”.
Reunidos os dados desde 1971/72, o caso do Boavista – no 18.º e último lugar, com 12 pontos – não é o mais aflitivo de que há registo. Ainda que viva uma temporada deliciada – sobretudo em termos financeiros – esta nem é a campanha mais sufocante quanto a pontos. Vamos por partes. Comecemos por campanhas renascidas das cinzas.
Na metade da Liga de 1974/75, a Académica de Coimbra segurava a lanterna vermelha, com sete pontos. Ainda assim, a Briosa protagonizou um autêntico milagre, encerrando a campanha com 20 pontos, no 14.º posto, e garantindo a salvação numa liguilha.
Na temporada que se seguiu, os estudantes voltaram ao fundo da tabela no fim da primeira volta, de novo com sete pontos. Todavia, em nova recuperação, selaram a manutenção no 10.º posto, com 23 pontos. Algo de idêntico viveu o Salgueiros, em 1984/85, estacionando no 12.º lugar.
No final do século, em 1996/97, o Rio Ave também registou sete pontos no ponto intermédio do campeonato. Para mal da concorrência, os vilacondenses encerraram essa campanha no 15.º posto, com 35 pontos.
Em suma, desde 1971/72, Académica, Rio Ave e Salgueiros registaram o mínimo de pontos no fim da primeira volta (7). E a Briosa conseguiu o recorde de menos pontos para garantir a manutenção (20).
É preciso recuar a 2004 para recuperar o emblema despromovido com o máximo de pontos. Nesse ano, o Alverca deixou a Liga, apesar dos 35 pontos.
Situações idênticas castigaram o Beira-Mar (33 pontos, 1998/99), Moreirense (2004/05), Rio Ave e Vitória de Guimarães (2005/06), três emblemas despromovidos com 34 pontos.
Nas últimas seis edições do campeonato, o emblema que segurava a lanterna vermelha à 22.ª jornada escapou à descida só por uma ocasião. Foi o Marítimo, em 2020/21. Os madeirenses totalizavam 18 pontos à 22.ª ronda, mas terminaram a Liga no 15.º posto, com 35 pontos.
Importa também recordar que desde 2020/21 – aquando do regresso do play-off de manutenção – nenhum emblema da Liga sobreviveu.
Desde 1971/72, o Boavista foi capaz de escapar a várias despromoções, algumas que pareciam certas. Logo nessa temporada, os axadrezados encerraram a primeira volta em posição proibida, com 10 pontos. Mas, à jornada 30, estacionaram em 11.º, com 24 pontos.
Uma década volvida, em 1982/83, o Boavista terminou o campeonato com 30 pontos (5.º), recuperando do antepenúltimo lugar, quando somava apenas 11 pontos.
Já neste século, em 2015/16, as “Panteras” encerraram a primeira volta com 10 pontos. Mas, nas derradeiras semanas, arrecadaram preciosos resultados e terminaram com 33 pontos (14.º).
Tal como nesta época, o cenário de despromoção também pairou no Bessa à metade do campeonato em 2020/21, quando o Boavista totalizava 14 pontos. Numa campanha sofrível – e num contexto de muito equilíbrio – os comandados de Jesualdo Ferreira selaram a manutenção na última jornada, com 36 pontos (13.º).
Na atual edição da Liga, os boavisteiros ainda não venceram em casa, têm a pior defesa (36 golos sofridos) e o segundo pior ataque (14 golos marcados) – só à frente do Farense (13).
Na noite desta sexta-feira (20h15), os comandados de Lito Vidigal enfrentam uma autêntica final, no Bessa, diante do Estrela da Amadora (16.º). Encontro para acompanhar, ao minuto, no Maisfutebol.
Fonte: Mais Futebol