Pelo menos cinco empresas de exploração de ouro, em Manica, viram as suas actividades suspensas devido ao cometimento de infracções graves, na sua maioria relacionadas com a poluição dos rios locais.
A operação de fiscalização que culminou com a tomada desta medida foi realizada no domingo, sob a liderança do secretário de Estado de Minas, Jorge Daúdo, em resposta a denúncias sobre o impacto negativo causado por aquelas empresas.
O distrito de Manica possui um imenso jazigo mineral, com destaque para o ouro, e nele coabitam multinacionais, nacionais e operadores artesanais que, na sua maioria, exploram os recursos sem obedecer às regras de protecção ambiental.
Durante a fiscalização, Jorge Daúdo disse que é inaceitável que empresas despejem poluentes no leito dos rios, conduta que não é apenas nociva, como também é criminosa.
“Esta prática pode gerar sérios problemas sociais, económicos e ambientais a curto, médio e longo prazos, daí que as empresas devem ser persuadidas a reverter o cenário antes que a situação evolua e tome tendências desoladoras para os habitantes do distrito”, afirmou.
Ressalvou que a actividade mineira em si não é problema, “mas a maneira como é realizada é preocupante. Encontramos dragas a operar ilegalmente em áreas impróprias. Isso não pode ser tolerado. O Governo está a traçar medidas visando pôr fim a esta prática”, frisou.
Disse que o Executivo vai implementar medidas correctivas para minimizar e, quiçá, acabar com os impactos negativos no ambiente.
Daúdo também determinou que as empresas suspensas deverão corrigir as irregularidades, sob pena de as licenças de exploração mineira serem revogadas, abrindo-se espaço para novos proponentes. “Saímos daqui profundamente indignados devido às situações que encontrámos”.
Na ocasião, reiterou que a monitoria e fiscalização são processos contínuos que visam garantir a exploração responsável dos recursos minerais, em conformidade com as normas ambientais e de saúde pública, por isso as empresas também foram multadas. (RM /NOTÍCIAS)