Candidato à presidência das águias diz que não pode haver ato eleitoral sem estar concluída a revisão estatutária: «Não podemos permitir que fique nas mãos, controlo e poder dos próprios visados ao abrigo de uns estatutos doentes»
João Diogo Manteigas, candidato à presidência do Benfica, defendeu que, apesar da contestação de alguns alguns adeptos, o cenário de eleições antecipadas no clube não deve ser equacionado sem estar concluída a revisão dos estatutos.
«É inadmissível que venham a existir eleições antecipadas no Benfica sem que o processo de Revisão Estatutária esteja completamente finalizado, o que irá suceder dentro de breve com a minha aposta para o mês de março, num sábado ou domingo, em dia de jogo no nosso estádio», disse.
«Não pode haver eleições antecipadas, ou qualquer outro ato eleitoral no futuro do Benfica, sem um Regulamento Eleitoral digno à imagem da nossa grandiosa instituição. Um regulamento eleitoral democrático que implemente, entre outros procedimentos e termos, os necessários debates entre candidatos, o acesso a cadernos eleitorais, a descodificação de como se irá processar a segunda volta em caso de necessidade, entre outras obrigações», defendeu.
O advogado elencou depois os riscos de eleições antecipadas, fruto da renúncia dos membros da direção ou da revogação dos mandatos com justa causa. «Na primeira possibilidade (…) o processo do futuro ato eleitoral antecipado passa a estar sob controlo da mesa de Assembleia Geral que é solidária com… a própria direção. Portanto, é de extrema relevância não atribuir essa possibilidade de controlo processual à direção renunciante. Daí a implementação de listas separadas ter sido uma das melhores novidades conforme aprovado pelos sócios para os novos Estatutos que estão prestes a chegar. Passa a existir pura democracia e fiscalização com o Benfica em primeiro lugar», sublinhou.
«Já a segunda possibilidade de revogação dos mandatos exige a convocação de uma Assembleia Geral para analisar a pretensão de tal revogação com justa causa. Sucede que, ao abrigo da solidariedade já referida nos parágrafos anteriores, os resultados desportivos (negativos) não serão aceites pelo Presidente da Mesa de Assembleia Geral como justificação para a revogação. Isto já aconteceu noutras entidades desportivas em Portugal e em momentos mais convulsivos», notou.
«Estão os sócios presos e sem opção de recurso perante a desordem que se vive? Não! Simplesmente não podemos permitir que o cenário de eleições antecipadas fique nas mãos, controlo e poder dos próprios visados ao abrigo de uns estatutos doentes e enfermos como os que (ainda) estão em vigor. Já lhes demos poder suficiente para chegarmos ao ponto em que estamos hoje. Mudamos primeiro a nossa constituição, fortificamo-la, tornamo-la mais democrática e protetora dos direitos dos sócios. Depois avançaremos para a exigência sob os nossos próprios termos e condições. Já se sabe quem manda: os sócios», reforçou.
Fonte: A Bola