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«Manu tem vantagem sobre o Florentino, é uma ligação em falta no Benfica»

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Manu Silva, médio reforço do Benfica (Gualter Fatia, via Getty)

Anunciado nesta segunda-feira como o mais recente reforço do Benfica – num negócio com o Vitória que pode ascender aos 14 milhões de euros – Manu Silva acumula créditos de irreverência, coragem, inteligência e um perfume distinto no miolo. A descrição é de Rui Ferreira, que lançou o jovem médio, então com 19 anos, nos seniores do Feirense.

A 17 de abril de 2021, Manu disputou 20 minutos no triunfo sobre o Varzim (1-0), na 29.ª jornada da II Liga – campanha na qual os fogaceiros terminaram em 5.º, a sete pontos do pódio.

Na tarde desta segunda-feira, marcada pela Festa das Fogaceiras em Santa Maria da Feira, Rui Ferreira, de 51 anos, oferece ao Maisfutebol uma fogaça bem quentinha, recheada da massa que embala Manu Silva para um patamar distinto no Benfica.

Na presente época, o jovem médio, de 23 anos, acumula quatro golos e duas assistências em 28 jogos pelo Vitória, atravessando a melhor fase da promissora carreira.

Maisfutebol: O que há a saber do Manu Silva? Chega à formação do Feirense, proveniente do União de Lamas.

Rui Ferreira: É um miúdo de grande caráter, que se assumiu rapidamente no Feirense. Pela personalidade e pelo que joga. O Manu era um miúdo com confiança e estima, o que é revelador de um jogador que quer vingar. É importante confiar nas capacidades, nunca se inibiu de atuar como jogador e de opinar, e nunca teve problema em questionar. Acho que o Benfica consegue uma grande contratação, um miúdo que vai ganhar a titularidade e chegar à Seleção.

MF: O Rui Ferreira é natural de Espinho, o Manu cresceu em Santa Maria da Feira. Estou certo de que conhece o pai deste jogador – Jorge Silva, de 58 anos, antigo médio de Leixões, Beira-Mar, Boavista e U. Lamas. «Filho de peixe sabe nadar»?

RF: Jogámos juntos no U. Lamas. São jogadores diferentes, ainda que a posição seja a mesma. Mas o filho joga melhor do que o pai [risos]. O Jorge não vai ficar chateado comigo ao dizer isto.

MF: Teve oportunidade de conversar com Jorge Silva por estes dias?

RF: Sim, estive com ele em Guimarães, no jogo entre o Vitória e o Arouca, ainda o negócio estivesse por definir. Estou certo de que o Jorge está feliz pelo filho e vai sempre apoiá-lo.

MF: Quando o Rui Ferreira chegou ao Feirense, o Manu estava na formação. Ainda se recorda do primeiro contacto com o jogador?

RF: Tive duas passagens pelo Feirense, primeiro pelos sub-23 – em 2019/20, quando o Manu já treinava com a equipa principal – e depois assumi os seniores [em 2021], e aí o Manu já treinava connosco assiduamente. Verificámos o caráter que o distingue, muitas vezes um dado positivo. Em alguns casos revelou-se negativo, porque é importante saber ouvir os mais velhos. Mas ele foi aprendendo e, de forma humilde, percebeu a postura a ter. Na caminhada de um jovem é importante respeitar os mais velhos. Estou certo de que ele trazia esses conselhos de casa.

MF: Ao comparar o Manu Silva e o Florentino, fica claro que o reforço do Benfica é melhor no processo ofensivo, no momento de finalizar. Quais as principais caraterísticas técnicas e táticas do Manu?

RF: Ele conhece bem os momentos do jogo. Tem vantagem sobre o Florentino no primeiro e segundo momento de construção, é uma ligação em falta no Benfica. O Manu joga bem curto e apoiado, mas também com os dois pés e de forma longa. Refiro-me concretamente à variação de flanco aquando da circulação do jogo. Ele pode dar largura ao jogo do Benfica, sem jogar curto, o que é importante para dar velocidade ao jogo.

MF: (…)

Em termos defensivos, ocupa bem o espaço e sabe posicionar-se, o que é importante nos equilíbrios defensivos, na posição 6. Uma equipa como o Benfica joga para a frente e é importante manter o equilíbrio. O Manu, no Feirense, dava-me flexibilidade tática, com um conhecimento invulgar para a idade que tinha. Ou seja, jogávamos com uma linha de três, e sendo ele um 6, conseguia facilmente fazer uso de duas estruturas táticas, com linha de três ou a quatro com pivô defensivo.

MF: Ficou surpreendido pela escolha pelo Benfica, em detrimento do Wolverhampton?

RF: Não. Parece-me uma escolha com base na ambição, para se assumir como titular e chegar à Seleção Nacional. Ainda assim, percebo que qualquer jogador quer alcançar a Premier League, mas o Manu é novo, tem tempo e estou certo de que ele pensou no passo para a Seleção.

MF: Para terminar, esta época orientou o Ac. Viseu. O que lhe reserva o futuro?

RF: A saída foi recente e inesperada. Estamos no mercado, e atendendo aos trabalhos que temos feito, continuamos na expectativa de receber uma oportunidade na Liga. Vamos aguardar.

Fonte: Mais Futebol

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