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Mercados em Pânico com Estratégia Tarifária de Trump: Risco Global de Recessão Reacende-se

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A vaga de pânico que abalou os mercados financeiros mundiais esta segunda-feira é um reflexo directo da escalada de tensões comerciais impulsionadas pela nova investida tarifária do ex-Presidente norte-americano Donald Trump. A resposta dos investidores não se fez esperar: bolsas em queda livre, procura desenfreada por activos de refúgio e expectativas de cortes emergenciais nas taxas de juro por parte da Reserva Federal.

A volatilidade disparou após Trump reafirmar que não cederá nas tarifas impostas, mesmo perante o colapso bolsista, considerando que os mercados precisam de “tomar o seu remédio”. Esta retórica inflexível, apoiada por ameaças de tarifas de até 50%, está a reconfigurar o sentimento dos investidores em todo o mundo.

Pânico Global: Uma Queda Sincronizada nas Bolsas

Os números falam por si:

📉 S&P 500 futuros: -4,5%

📉 Nasdaq: -5,7%

📉 Dow Jones: -5,5%

📉 Stoxx 600 (Europa): -6%

📉 DAX (Alemanha): -9,4%

📉 Hang Seng (Hong Kong): -12% – maior queda desde 2008

📉 CSI 300 (China continental): -7%

📉 Nikkei (Japão): -7,8%

📉 MSCI Ásia-Pacífico: -7,8%, a maior queda diária em 17 anos

As quedas foram generalizadas, mas sectores antes considerados resistentes, como o da defesa, também sofreram duramente. O índice europeu de acções de defesa caiu 11,5%, com empresas como a Rheinmetall (Alemanha) a recuar 21%. Até os bancos europeus, já pressionados por margens comprimidas e ambiente regulatório, cederam 4,8%, acumulando perda de 20% desde os máximos recentes.

 Fed Pressionada: Cortes Agressivos no Horizonte

O mercado de futuros passou a incorporar quase cinco cortes de 25 pontos base nas taxas de juro norte-americanas até ao final do ano. O primeiro, apontado agora para Maio, antecipa uma resposta da Fed ao crescente risco de recessão. Analistas da JPMorgan vão mais longe: preveem cortes em todas as reuniões do Comité de Política Monetária até Janeiro, levando a taxa de juro para 3,0%.

A pressão sobre os rendimentos dos títulos do Tesouro aumentou, com a procura por activos de refúgio a intensificar-se. O iene japonês e o franco suíço ganharam força, enquanto o dólar sofreu recuos face a estas moedas.

Trump: Estratégia ou Doutrina?

O debate central entre analistas e investidores é se as tarifas são uma táctica negocial ou uma mudança estrutural da política económica dos EUA. A persistência de Trump – que rejeita qualquer acordo com a China antes de resolver o défice comercial – indicia uma convicção ideológica, mais do que um instrumento temporário de pressão.

Como afirmou Sean Callow, analista sénior da FX no ITC Markets (Sydney):

“O único verdadeiro disjuntor é o iPhone do Presidente Trump – e ele não mostra sinais de que a queda do mercado o incomoda o suficiente para reconsiderar a política que defende há décadas.”

Reacções Internacionais: Confusão e Alarme

A China reagiu através da imprensa estatal, sublinhando que “os mercados já falaram” em resposta às ameaças tarifárias e deixando implícita uma retaliação. Para evitar colapsos sistémicos, o fundo soberano Central Huijin actuou como comprador de último recurso nas bolsas chinesas.

Na Europa, os ministros da União Europeia reuniram-se para tentar definir uma resposta coordenada, divididos entre retaliar ou evitar agravar o impacto sobre as próprias empresas e consumidores europeus.

O Ministro do Comércio da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, foi claro:

“A imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre bens e serviços europeus é um ataque ao livre comércio que sustentou a prosperidade mundial.”

Mercado em Fase de Urgência: Alerta de ‘Bear Market’

Os futuros do S&P 500 caíram mais de 20% face ao máximo histórico de Dezembro, tecnicamente colocando o índice numa fase de bear market. O tom nas bolsas é de aversão ao risco total.

Nos bastidores, grandes investidores como Bill Ackman, antigo apoiador de Trump, alertam para um “inverno económico nuclear”, apelando à suspensão imediata das tarifas para evitar uma recessão prolongada.

Análise: Impactos para Economias Emergentes e Moçambique

Para países como Moçambique, a turbulência nos mercados globais pode ter consequências indirectas, mas significativas:

Alerta para o Sistema Económico Global

Os mercados estão a reagir não apenas a tarifas, mas a uma mudança de paradigma: a erosão da confiança no comércio internacional como pilar da estabilidade económica global.

O desafio que se coloca agora aos líderes mundiais é claro: restaurar a previsibilidade, evitar um ciclo vicioso de retaliações e garantir que os instrumentos de política monetária e fiscal estejam preparados para amortecer choques externos – antes que o “remédio” se torne veneno.

Fonte: O Económico

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