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Monday, December 22, 2025
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Mercados Emergentes Entram Em 2026 Com Elevadas Expectativas Após Um Ano Excepcional

Resumo

O forte desempenho em ações, dívida e moedas está a renovar o interesse global nos mercados emergentes em 2026. Após anos de desempenho modesto, estes mercados estão de volta ao foco devido aos retornos robustos em 2025, levando gestores a reconsiderar alocações estratégicas. As ações tiveram ganhos médios de 26%, a dívida em moeda local retornou cerca de 18% e os prémios de risco caíram para mínimos de 11 anos. Pela primeira vez desde 2017, as ações emergentes superaram as norte-americanas, devido à maturidade e avaliações elevadas nos EUA. A diversificação geográfica é um motor central desta mudança, com investidores a reconhecer os riscos da concentração em grandes tecnológicas dos EUA, tornando os mercados emergentes uma alternativa atraente.

Forte desempenho em acções, dívida e moedas reacende o interesse global pelos mercados emergentes, num contexto de diversificação estratégica, melhoria dos fundamentos e reposicionamento face aos EUA.

Após vários anos de desempenho modesto e de perda de protagonismo nos portefólios globais, os mercados emergentes regressam ao centro das atenções à entrada de 2026. O ano de 2025 marcou um ponto de viragem para esta classe de activos, com retornos robustos em acções, dívida soberana e moedas, levando gestores globais a reconsiderar a alocação estratégica de capital num ambiente internacional em mutação.

Um regresso impulsionado por fluxos e desempenho

De acordo com dados compilados por instituições financeiras internacionais, 2025 foi o melhor ano para os mercados emergentes desde a crise financeira global. As acções registaram ganhos médios na ordem dos 26%, enquanto a dívida em moeda local apresentou retornos próximos de 18%. Paralelamente, os prémios de risco da dívida emergente face aos títulos do Tesouro norte-americano caíram para mínimos de 11 anos, sinalizando uma reavaliação estrutural do risco por parte dos investidores.

Este movimento assume particular relevância por inverter uma tendência prolongada. Pela primeira vez desde 2017, as acções emergentes superaram as norte-americanas, num contexto em que os mercados dos EUA começaram a revelar sinais de maturidade, avaliações elevadas e maior sensibilidade a ajustes de política monetária.

Diversificação como motor central da rotação

Um dos factores determinantes desta reorientação é a crescente necessidade de diversificação geográfica. Após anos de forte concentração de capital em grandes tecnológicas norte-americanas, os investidores institucionais passaram a reconhecer os riscos associados a portefólios excessivamente expostos a um número reduzido de activos e geografias.

Neste contexto, os mercados emergentes surgem como alternativa natural, beneficiando de avaliações mais atractivas, maior dispersão sectorial e potencial de crescimento relativo. Este reposicionamento não é meramente táctico, mas reflecte uma reavaliação mais profunda da arquitectura de risco-retorno nos portefólios globais.

Fundamentos macroeconómicos mais robustos

O renovado interesse é também sustentado por melhorias nos fundamentos macroeconómicos em várias economias emergentes. Nos últimos anos, muitos países reduziram desequilíbrios fiscais, controlaram a inflação e reforçaram a credibilidade das suas políticas monetárias, criando condições mais favoráveis à entrada de capital de médio e longo prazo.

Reformas económicas e processos de ajustamento em países como Turquia, Nigéria, Egipto, Gana, Zâmbia e Sri Lanka contribuíram para restaurar a confiança dos investidores, traduzindo-se em revisões positivas das notações de crédito soberano e em menores custos de financiamento externo.

Dívida emergente como activo de referência

A dívida emergente, particularmente em moeda local, destaca-se como um dos principais beneficiários deste novo ciclo. As expectativas de normalização gradual da política monetária nas economias avançadas, combinadas com níveis elevados de yields reais nos emergentes, reforçam a atractividade desta classe de activos.

Grandes instituições financeiras estimam que os fluxos para fundos de dívida emergente possam ultrapassar os 50 mil milhões de dólares em 2026, num cenário em que os investidores procuram rendimento real positivo, diversificação cambial e exposição a economias com trajectórias de crescimento ainda dinâmicas.

Riscos externos permanecem no horizonte

Apesar do ambiente favorável, o cenário não está isento de riscos. O desempenho robusto de 2025 foi amplamente apoiado pela depreciação do dólar norte-americano. Uma eventual inversão dessa tendência, caso o Federal Reserve adopte uma postura mais restritiva do que actualmente antecipado, poderá testar a sustentabilidade dos fluxos para mercados emergentes.

Persistem igualmente vulnerabilidades estruturais, com destaque para a China, onde pressões deflacionistas, excesso de capacidade produtiva e fragilidades no sector imobiliário continuam a gerar incerteza, com potenciais efeitos de contágio sobre outras economias emergentes.

Um ponto de inflexão, não um ponto de chegada

Ainda assim, a leitura dominante nos mercados financeiros é que 2025 representou mais do que um simples ressalto cíclico. O comportamento dos fluxos, a melhoria dos fundamentais e a mudança no discurso dos grandes gestores sugerem que os mercados emergentes estão a ser progressivamente reincorporados como componentes estratégicas dos portefólios globais.

O desafio para 2026 será preservar a disciplina macroeconómica, resistir a choques externos e evitar complacência num contexto de maior visibilidade internacional. Caso estas condições se mantenham, o ano poderá consolidar o reposicionamento dos emergentes num sistema financeiro global cada vez mais atento à diversificação, à sustentabilidade e à credibilidade das políticas económicas.

Fonte: O Económico

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