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Mercados globais reagem ao primeiro dia da presidência de Trump com volatilidade e incertezas

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Os mercados globais apresentaram sinais de volatilidade na terça-feira, 21 de Janeiro, após o Presidente Donald Trump anunciar a possibilidade de aplicação de tarifas comerciais de 25% sobre o Canadá e o México, com implementação potencial a partir de 1 de Fevereiro. A notícia gerou uma reacção mista entre investidores e analistas, que avaliam os potenciais impactos de longo prazo destas medidas na economia global.

Além disso, Trump decidiu retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, um movimento que reforça a sua política nacionalista e contrária a compromissos multilaterais. A decisão foi anunciada no seu primeiro dia de mandato, com o argumento de proteger empregos e a indústria americana. Este gesto aumentou as preocupações com as mudanças climáticas e sinalizou o afastamento dos EUA de iniciativas globais para enfrentar os desafios ambientais.

Embora a ausência de tarifas directas sobre a China tenha trazido algum alívio temporário ao mercado, a incerteza em torno da agenda proteccionista de Trump e o impacto ambiental da sua retirada do Acordo de Paris permanecem factores significativos de preocupação.

Comentários de analistas e investidores

Kyle Rodda, analista sénior de mercados da Capital.com, destacou que “o mundo de Trump exige adaptação constante dos mercados, especialmente em questões relacionadas a guerras comerciais”. Rodda observou que as tarifas aumentariam os custos de importação, fortalecendo o dólar, mas potencialmente reduzindo o crescimento global. A decisão de retirar os EUA do Acordo de Paris pode trazer um impacto adicional ao sector energético, reforçando o uso de combustíveis fósseis.

Por outro lado, Nigel Green, CEO do deVere Group, apontou que o sector energético poderia ser um dos principais beneficiários desta nova política. “As empresas de exploração e infra-estrutura de petróleo e gás terão vantagens significativas com a redução de barreiras regulamentares e o aumento do investimento na produção nacional,” afirmou.

Impactos no comércio e energia

Shoki Omori, estratega-chefe de gabinete global da Mizuho Securities, alertou que tarifas de 25% sobre bens canadenses e mexicanos poderão causar perturbações significativas no comércio regional. Omori destacou que os mercados cambiais reagiram rapidamente à possibilidade de tais tarifas, com impactos imediatos na valorização do dólar americano.

Charu Chanana, estratega de investimentos da Saxo, argumentou que o adiamento da implementação de tarifas proporcionou um alívio temporário aos mercados, mas reforçou que a ameaça persiste. “A trégua foi de curta duração; as tarifas não foram evitadas, apenas adiadas,” comentou Chanana.

Retirada do Acordo de Paris e suas implicações

A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris foi recebida com críticas pela comunidade internacional. Especialistas alertam que a decisão poderá enfraquecer os esforços globais para conter o aumento das temperaturas e acelerar os efeitos das alterações climáticas. A nível interno, analistas sugerem que a retirada impulsionará o sector de combustíveis fósseis, enquanto dificulta a transição energética para fontes renováveis.

Perspectivas para a China e a Ásia

Embora Trump não tenha anunciado medidas directas contra a China, analistas alertam que o impacto das políticas tarifárias e a saída dos EUA do Acordo de Paris poderão ter repercussões na Ásia. Kiyong Seong, principal estratega macro da Societe Generale, mencionou que um eventual atraso nas tarifas pode levar a um estímulo insuficiente por parte das autoridades chinesas, criando um fosso no crescimento económico entre a China e os EUA.

Andrew Swan, gestor de carteiras da Man GLG, manifestou um certo optimismo, sugerindo que um acordo económico limitado entre os EUA e a China poderia surgir este ano, reduzindo tensões comerciais e trazendo benefícios para a Ásia.

O início do segundo mandato de Donald Trump trouxe um ambiente de incertezas e volatilidade aos mercados globais. As tarifas propostas e a retirada dos EUA do Acordo de Paris têm o potencial de influenciar profundamente o comércio internacional, as políticas climáticas e as cadeias de valor globais. Analistas sugerem que os próximos meses serão críticos para avaliar a direcção da política económica de Trump e os seus impactos nos sectores comercial, energético e financeiro.

Fonte: O Económico

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