A nossa equipa contactou, na manhã desta quinta-feira, o Ministério da Saúde que, no início, se prontificou a dar esclarecimentos acerca da falta da vacina BCG no sistema Nacional, mas depois recuou e optou por emitir um comunicado.
O comunicado, emitido pelo gabinete de comunicação imagem do ministério, não aborda o facto de haver recém-nascidos, um pouco por todo o país, com cerca de um mês de vida que não tenham tomado a primeira vacina, conhecida por BCG, administrada para prevenir as formas mais graves e raras de tuberculose, nem da provável ruptura de stock.
Ao invés disso, o Misau convidou a imprensa para acompanhar a chegada das vacinas, confirmando assim a escassez.
O Ministério da Saúde convida os órgãos de comunicação social para a cobertura do acto de chegada da vacina BCG à Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM), a ter lugar na próxima segunda-feira, 30 de Junho de 2025, às 11h30, nas instalações do CMAM, no Bairro do Zimpeto, Cidade de Maputo
Em comunicado separado, enviado na noite de quinta-feira, o Misau decidiu esclarecer as causas da ruptura do stock.
“A interrupção na distribuição da vacina BCG resultou da desistência do fornecedor inicialmente contratado. A decisão do fornecedor foi motivada pela incapacidade da fábrica produtora – ainda que pré-qualificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – de assegurar as quantidades estipuladas no contrato.”
O Misau explica ainda que, enquanto busca outros fornecedores, conta com a doação do Governo Barsileiro, no âmbito do Programa Alargado de Vacinação.
“O abastecimento da vacina BCG será assegurado por uma doação do Governo da
República Federativa do Brasil, correspondente a dois milhões de doses (que são suficientes para vários meses de consumo), cuja chegada ao país está prevista para o dia 30 de Junho de 2025”.
Sobre as consequências da administração tardia da vacina aos recém nascidos, o Misau desdramatiza.
“Importa referir que a vacina BCG, embora seja recomendada administrar à nascença, pode ser administrada até aos 23 meses de idade no máximo. Por esta razão, as mães cujas crianças não foram vacinadas estão a ser orientadas a retornarem às unidades sanitárias nos próximos dias, onde a administração da vacina será retomada logo após a recepção do novo lote.”
O comunicado não revela o período em que o país ficou sem Stock da vacina , contudo “O País” sabe que há crianças nascidas há cerca de dois meses, que ainda não tomaram a vacina.
Fonte: O País