A Bacia do Zambeze, com uma extensão de cerca de 1,4 milhões de quilómetros quadrados, é vital para a segurança hídrica, energética e alimentar dos países ribeirinhos — entre os quais Angola, Botswana, Malawi, Moçambique, Namíbia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. No caso de Moçambique, a localização a jusante torna o país particularmente vulnerável a eventos climáticos extremos, o que justifica a aposta decidida na cooperação regional e na implementação de soluções sustentáveis e inclusivas.
Criada em 2011, a ZAMCOM tem como missão promover a gestão coordenada e equitativa dos recursos hídricos da Bacia do Zambeze, garantindo benefícios mútuos e sustentáveis para os seus Estados-membros.
Destaques:
A promoção da resiliência climática e do desenvolvimento sustentável na Bacia do Zambeze exige uma acção conjunta entre os países da região. Esta foi a mensagem central defendida por Moçambique durante a 12ª Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da ZAMCOM, realizada a 15 de Maio, em Windhoek, Namíbia.
O Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Fernando Rafael, reiterou o compromisso de Moçambique com uma gestão equitativa e integrada dos recursos hídricos partilhados pelos oito países da Bacia do Rio Zambeze. Na sua intervenção, sublinhou que “a cooperação multilateral é indispensável para garantir paz, prosperidade e segurança hídrica”, destacando os avanços já alcançados no âmbito da mobilização de recursos para projectos de adaptação climática.
Entre os projectos emblemáticos citados, o Programa de Desenvolvimento Integrado e Adaptação às Alterações Climáticas no Curso de Água do Zambeze (PIDACC-Zambeze) foi apontado como uma iniciativa catalisadora de resiliência comunitária, emprego sustentável e mitigação dos impactos das cheias e secas que afectam ciclicamente a região.
O encontro, que marcou a transição da presidência do Conselho da Namíbia para a Tanzânia, serviu igualmente para o lançamento do Plano Regional de Investimento em Natureza, Pessoas e Clima, aprovado com um financiamento inicial de 60 milhões de dólares do Fundo de Investimento Climático (CIF). Adicionalmente, foi anunciada a mobilização de novos fundos por parte do Banco Africano de Desenvolvimento e do Banco Mundial.
Outro ponto relevante foi a apresentação do estudo sobre o aumento da capacidade de armazenamento de água na bacia, financiado pela Swedfund, da Suécia, num montante de 735 mil dólares. A medida visa reforçar a resiliência estrutural da região perante os impactos das mudanças climáticas.
Fonte: O Económico