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Moçambique quer dar um passo decisivo rumo à produção local de medicamentos e produtos de saúde, numa estratégia que visa reduzir significativamente a sua dependência externa neste sector vital. A iniciativa foi anunciada pelo Presidente da República, Daniel Chapo, como parte integrante da prioridade nacional em matéria de saúde pública e desenvolvimento industrial estratégico.
“O nosso Governo está profundamente empenhado em incentivar a produção local de medicamentos e produtos de saúde, não como um gesto simbólico, mas como uma verdadeira prioridade nacional”, declarou o chefe de Estado, sublinhando o compromisso com a soberania sanitária e o acesso universal a medicamentos seguros e eficazes.
Apesar dos sucessivos discursos sobre o potencial de Moçambique para desenvolver uma indústria de medicamentos robusta e sustentável, o país ainda mantém uma estrutura produtiva fundamentalmente incipiente e residual neste domínio, sendo altamente dependente da importação de fármacos essenciais. A aposta actual do Governo surge, assim, como uma tentativa de romper com esse paradigma estrutural e lançar as bases de um novo modelo industrial farmacêutico nacional.
Conferência Internacional Reúne Parceiros Globais
A declaração do Presidente surge na antecâmara da Conferência Internacional sobre Produção Local de Medicamentos e Produtos de Saúde, que terá lugar em Maputo, de 30 a 31 de Julho, no âmbito da Expo Internacional de Saúde de Moçambique 2024 (MIH Expo-24), promovida pela Autoridade Nacional Reguladora de Medicamentos (Anarme).
A conferência reunirá decisores políticos, reguladores, sector privado, investigadores e parceiros internacionais, com o propósito de criar sinergias em torno de políticas, incentivos e infraestruturas capazes de alavancar a produção nacional de fármacos. A ambição, segundo o Presidente Chapo, é transformar o país “num construtor de soluções permanentes no acesso à disponibilidade de medicamentos seguros, eficazes e de qualidade”.
Uma Nova Visão Para o Sector da Saúde
A MIH Expo-24 é descrita pelos seus promotores como uma plataforma internacional para fortalecer os sistemas de saúde face aos riscos climáticos, promovendo ao mesmo tempo práticas sustentáveis rumo a um impacto ambiental líquido zero.
“Depois da pandemia da covid-19, testemunhámos a fragilidade dos sistemas de saúde a nível global. Aprendemos a importância e urgência de termos um sistema de saúde robusto e com capacidade de resposta em tempo útil”, observou o Presidente.
O Governo moçambicano considera que o momento actual é decisivo para investir em inovação nacional, proteger capacidades locais e garantir que “nenhum moçambicano fique para trás”.
Fonte: O Económico
