O Governo de Moçambique e o Governo da República Federal da Alemanha assinaram, na ultima semana, um acordo de subvenção no valor de 17 milhões de euros para apoiar a reabilitação e expansão das plantas mini-hídricas de Cuamba e Lichinga, na província do Niassa. O financiamento será disponibilizado pelo Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW) e terá como entidade beneficiária a Electricidade de Moçambique (EDM), responsável pela implementação do projecto.
A assinatura do acordo decorreu em Maputo e foi testemunhada por representantes do Ministério das Finanças, do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, bem como pela embaixada da Alemanha em Moçambique. De acordo com Domingos Lambo, Secretário Permanente do Ministério das Finanças, esta iniciativa contribuirá significativamente para o fortalecimento da economia local, garantindo um fornecimento mais estável de energia às populações e operadores económicos da província do Niassa.
Segundo Ronald Münch, Embaixador da Alemanha em Moçambique, o projecto multi-tecnológico integra a modernização das centrais hidroeléctricas existentes e a inclusão de capacidade adicional de geração de energia solar fotovoltaica. “Este é um passo importante para garantir o acesso sustentável à energia, utilizando recursos renováveis locais e promovendo uma matriz energética amiga do ambiente”, afirmou Münch.
O apoio da Alemanha ao sector energético em Moçambique soma actualmente cerca de 274 milhões de euros, colocando o país europeu entre os três principais parceiros de cooperação na área. A relação entre os dois países no sector energético tem sido caracterizada por uma colaboração estável e contínua, com investimentos destinados à electrificação e melhoria da infraestrutura eléctrica nacional.
Por seu lado, o Presidente do Conselho de Administração da EDM, Joaquim Ou-Chim, destacou a importância deste financiamento para a modernização das mini-hídricas de Cuamba e Lichinga, que operam desde os anos 1980, mas que se encontram actualmente degradadas. “Estas centrais produzem abaixo da sua capacidade instalada, o que limita a expansão do fornecimento de energia na região”, sublinhou Ou-Chim.
Com as obras de reabilitação, a produção de energia será incrementada dos actuais 3.000 MWh para 3.900 MWh por ano.
A modernização também contribuirá para a estabilidade do sistema eléctrico da província do Niassa, que depende unicamente da linha de transporte de energia proveniente da subestação de Matambo, na província de Tete. “Qualquer indisponibilidade nesta linha compromete o fornecimento de energia a toda a província, pelo que a modernização das mini-hídricas será fundamental para reforçar a resiliência do sistema”, explicou Ou-Chim.
O Governo moçambicano reafirmou o compromisso de expandir a Rede Eléctrica Nacional, com especial enfoque nas zonas rurais e periurbanas, no âmbito da meta de Acesso Universal à Energia até 2030. A reabilitação das mini-hídricas de Cuamba e Lichinga representa mais um passo nesta direcção, garantindo maior segurança energética e impulsionando o desenvolvimento socioeconómico da província do Niassa.
Fonte: O Económico