Questões-Chave:
Após um ano de recuo no Investimento Directo Estrangeiro, Moçambique posiciona-se para relançar a atracção de capital privado em 2025. A confiança no novo ciclo político e um pacote robusto de reformas legais e administrativas sustentam a previsão da APIEX de um crescimento positivo no número e volume de projectos aprovados no próximo ano.
Os dados da APIEX, fornecidos ao O.Económico revelam uma tendência descendente do IDE nos últimos três anos, com destaque para a quebra significativa em 2024. O volume de IDE caiu de 1,09 mil milhões de dólares em 2023 para apenas 518 milhões em 2024 — uma redução de mais de 50%. No entanto, os valores de Empréstimos e Suprimentos subiram de 713 milhões para 1,07 mil milhões, compensando parcialmente a queda do investimento directo.
Com base neste panorama, a APIEX assume como desafio para 2025 a inversão desta trajectória, apostando na promoção da imagem de Moçambique como destino preferencial de investimento. O novo ciclo de governação, que se inicia em 2025, é visto como uma oportunidade para reforçar a previsibilidade institucional e o compromisso com a estabilidade macroeconómica.
Reformas Estruturantes Em Curso
Entre as medidas prioritárias em implementação destacam-se:
Estas medidas visam reduzir barreiras, facilitar o Doing Business e aumentar a previsibilidade legal — factores decisivos na atracção de investidores internacionais.
Moçambique encontra-se num ponto de inflexão: a conjugação de reformas institucionais com um novo impulso político poderá restaurar a confiança dos investidores, especialmente se acompanhada por melhorias efectivas no ambiente de negócios. Contudo, a retoma dependerá também da estabilidade interna, da eficácia dos incentivos e da competitividade regional.
Se o país conseguir capitalizar sobre os seus sectores estratégicos — energia, logística, agro-indústria e transformação — e garantir segurança jurídica e eficiência administrativa, o IDE poderá voltar a desempenhar um papel central na diversificação e modernização económica.
Fonte: O Económico