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Moçambique consolida a sua posição de referência internacional no sector do algodão com a recondução da Associação Algodoeira de Moçambique (AAM) à presidência do Comité Permanente de Produtores do Conselho Consultivo do Sector Privado do ICAC. Francisco Ferreira dos Santos continuará a representar todos os produtores mundiais de algodão até 2026, reforçando o papel do país nas políticas globais da cadeia de valor algodoeira.
Segundo o comunicado oficial divulgado a 27 de Maio de 2025, a reeleição da AAM no seio do International Cotton Advisory Committee (ICAC), com sede em Washington, constitui um marco de reconhecimento internacional ao esforço e modelo de desenvolvimento algodoeiro praticado em Moçambique. O ICAC, criado em 1939, é o organismo técnico parceiro das Nações Unidas no domínio do algodão, reunindo países produtores e consumidores para harmonizar estratégias e promover boas práticas.
Francisco Ferreira dos Santos, Presidente da AAM, destacou que “esta recondução demonstra o respeito que Moçambique conquistou no seio da comunidade internacional do algodão e reforça a posição do nosso país como interlocutor relevante nas discussões sobre políticas agrícolas, comércio internacional e sustentabilidade, apesar da nossa dimensão insignificante na matriz de produção mundial desta cultura”.
Moçambique tem-se afirmado internacionalmente através do seu modelo de agricultura de fomento integrado, envolvendo mais de 100 mil famílias camponesas. O país aposta numa produção diversificada com base na rastreabilidade, sustentabilidade e regeneração dos solos, integrando culturas alimentares como o milho, feijão e outras oleaginosas em sinergia com o algodão. Além disso, o caroço de algodão é transformado em ração animal e óleos vegetais, ampliando o impacto económico da fileira.
A AAM sublinha que o algodão deve ser encarado não apenas como um produto de exportação, mas como uma cultura estratégica para a segurança alimentar, dinamização rural e industrialização nacional. Este entendimento enquadra-se na defesa de políticas públicas mais robustas para os pequenos produtores africanos, que enfrentam desafios crescentes no comércio internacional e nas alterações climáticas.
Com a presidência do Comité de Produtores do ICAC, a AAM garante uma voz africana activa nos principais fóruns globais, promovendo inovação, cooperação e justiça económica no sector. Trata-se de uma oportunidade para influenciar decisões estruturantes e alavancar o posicionamento de Moçambique no comércio agrícola mundial.
Fonte: O Económico