Por: Alfredo Júnior
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Moçambique caiu 0,22% em Julho, marcando a quarta descida consecutiva e a oitava deflação nos últimos 15 meses, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A redução foi impulsionada, sobretudo, pela baixa nos preços de alimentação e bebidas não alcoólicas (–0,21 pontos percentuais) e de transportes (–0,11 p.p.). Produtos como tomate (–8,7%), couve (–6,4%), repolho (–15,9%), cebola (–4,7%) e alface (–10,2%) lideraram as quedas, acompanhados de combustíveis como gasóleo (–4,8%) e gasolina (–1,5%). No conjunto, estes itens contribuíram com cerca de –0,33 p.p. para a variação mensal negativa.
Em termos homólogos, ou seja, comparando com Julho de 2024, a inflação situou-se em 3,9%, abaixo dos 4,1% registados em Junho. Segundo o Banco de Moçambique, a estabilidade cambial, a redução das tarifas de alguns serviços essenciais e a queda de preços internacionais de alimentos têm ajudado a conter as pressões inflacionistas.
A tendência abre espaço para a manutenção de uma política monetária mais flexível. No final de Julho, a taxa de política monetária (MIMO) foi reduzida para 10,25%, o nono corte consecutivo, numa tentativa de estimular o crédito e apoiar a actividade económica.
Apesar do alívio nos preços, economistas alertam que a inflação acumulada permanece positiva, indicando que, no conjunto do ano, os bens e serviços ainda custam mais do que em 2024.
