Por: Gentil Abel
Eventual paralisação dos jogos do Campeonato Nacional de Futebol, Moçambola 2025, neste fim de semana, devido à suspensão do apoio logístico por parte das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), levanta preocupações no seio desportivo nacional.
A LAM, através de uma nota oficial divulgada a 11 de julho de 2025, esclareceu que a impossibilidade de garantir a emissão de passagens para as equipas intervenientes no campeonato nacional decorre da falta de pagamento por parte da entidade gestora da competição.
Contudo, a medida anunciada pela transportadora aérea deve ser analisada sob a lente da realidade económica que a empresa enfrenta. Trata-se, acima de tudo, de uma resposta prática e necessária diante de uma crise financeira que já se arrasta há anos. Pois, mais do que uma ruptura, a decisão está ancorada na tentativa de impor maior responsabilidade contratual e de proteger a sustentabilidade operacional da empresa.
Desde o início do ano, a LAM tem alertado para a necessidade de pagamentos antecipados na emissão de bilhetes. A transportadora refere ainda que há passivos acumulados de jornadas anteriores, não apenas deste ano, mas também de épocas passadas, que agravam a situação financeira da companhia.
E em um contexto de fragilidade económica, agravado por fatores internos como dívidas acumuladas, oscilações nos custos operacionais e uma necessidade de reestruturação, a LAM tenta encontrar formas de retomar o equilíbrio. A medida de suspensão, embora impopular, revela-se coerente com o esforço de reorganização e responsabilização institucional.
No entanto, a posição da LAM de não renovar, por ora, o contrato com a organização do Moçambola, não fecha portas ao diálogo. Pelo contrário, a empresa reiterou a sua disponibilidade para prosseguir com as negociações, demonstrando abertura para encontrar soluções viáveis que permitam a deslocação das equipas. Mas importa referir que esse avanço dependerá, naturalmente, do compromisso financeiro das entidades responsáveis pela gestão do campeonato.