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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Indicador Sentix de Outubro reforça confiança na recuperação económica da Europa, sustentada pela desaceleração da inflação e pela melhoria gradual da actividade industrial e de serviços.
A confiança dos investidores na zona euro melhorou mais do que o previsto em outubro, impulsionada por sinais de estabilização económica e pela redução gradual das pressões inflacionistas. O índice Sentix, que mede o sentimento económico na região, subiu para o seu nível mais elevado em mais de dois anos, alimentando expectativas de que a economia europeia possa finalmente estar a entrar numa fase de recuperação moderada após um período prolongado de estagnação.
De acordo com os dados divulgados pela Sentix, o índice de confiança dos investidores na zona euro atingiu –6,4 pontos em outubro, face a –12,5 pontos em setembro, marcando o melhor resultado desde fevereiro de 2022, quando começaram as perturbações associadas à guerra na Ucrânia e à crise energética subsequente.
A sondagem, que abrange cerca de 1.200 analistas e investidores institucionais, revela que tanto a avaliação da situação corrente como as expectativas para os próximos seis meses registaram melhorias significativas. Este desempenho sugere que os agentes de mercado começam a antever um abrandamento controlado, em vez de uma recessão prolongada.
Entre os principais motores desta recuperação de confiança está a desaceleração da inflação, que tem permitido ao Banco Central Europeu (BCE) adotar uma postura mais estável em matéria de política monetária. Com as taxas de juro estabilizadas, as condições financeiras começam a tornar-se ligeiramente mais previsíveis para empresas e consumidores, embora o crédito ainda permaneça caro em vários Estados-Membros.
Os grandes mercados da zona euro, nomeadamente Alemanha, França e Itália, registam sinais de recuperação moderada, apoiados por melhorias na produção industrial, nos serviços e no consumo. Na Alemanha, as exportações voltaram a crescer ligeiramente, apoiadas por um euro mais fraco e pela retoma de encomendas no sector automóvel e químico.
Contudo, analistas alertam que a recuperação continua assimétrica e frágil, especialmente devido à procura externa debilitada e ao nível elevado de endividamento público em vários países do sul da Europa. O ambiente geopolítico, marcado por tensões no Médio Oriente e pela incerteza quanto às políticas comerciais dos Estados Unidos e da China, continua a representar um risco relevante para o desempenho futuro da economia europeia.
Ainda assim, o aumento do índice Sentix é interpretado como um sinal encorajador de que o pessimismo dominante desde 2023 pode estar a ceder, num contexto em que o crescimento do PIB da zona euro para 2025 é estimado em 1,3%, segundo o Banco Central Europeu.
Especialistas sublinham, contudo, que a consolidação da retoma dependerá de reformas estruturais, incentivos à inovação e estabilidade orçamental. Sem estes factores, a confiança poderá revelar-se efémera.
A subida do índice Sentix em outubro representa um marco simbólico para a economia europeia, que procura sair do ciclo de fragilidade iniciado após a pandemia e agravado pela crise energética. Embora os riscos persistam, a inversão da tendência de pessimismo sinaliza que a Europa começa a reencontrar um caminho de confiança e moderação — condição essencial para sustentar o investimento e o crescimento nos próximos trimestres.
Fonte: O Económico