Do sonho ao inferno, da Terra ao céu. O duelo de Portugal com a Alemanha, na noite desta quarta-feira, nos quartos de final do Mundial de andebol, foi repleto de emoções. Na procura de repetir o triunfo no Mundial de 1997 – até esta noite o único sobre os germânicos – os pupilos de Paulo Jorge Pereira agigantaram-se e assinaram novo capítulo histórico.
Os parciais de 13-9, 13-17 e 5-4 culminaram no 31-30 que soltou a festa lusa em Oslo, capital da Noruega.
Recorde o desenrolar deste encontro histórico e frenético.
Portugal alinhou com Rêma, Rui Silva, Martim Costa, Leonel Fernandes, Francisco Costa, Iturriza e Areia de início. E o primeiro golo do encontro surgiu da mão de Areia, na conversão de um livre de sete metros.
De parada a resposta, a Seleção Nacional mostrou maior esclarecimento ofensivo no arranque, atingindo a vantagem de 5-1 e 7-3. Todavia, o crescimento de Wolff entre os postes catapultou os germânicos para a recuperação.
Aquando da buzina para o intervalo, Portugal havia reforçado a resistência. Como tal, a diferença ficou fixada por 13-9. Nesta fase, Kiko Costa contabilizava quatro golos, enquanto Wolff já totalizava dez paradas.
Na etapa complementar, a Alemanha desconstruiu a resistência de Portugal e capitalizou a expulsão de Frade, aos 34:28 minutos. Assim, o empate surgiu 11 minutos mais tarde (18-18).
Nesta fase, Wolff seguia em alta, travando os irmãos Costa, Areia e Rui Silva. E assim chegou a fase mais complicada de Portugal, quando jogou com menos duas unidades. Ainda que em desvantagem no campo e no marcador, o sonho luso voltou a crescer aquando do empate a 22.
Nos derradeiros minutos da segunda parte, o equilíbrio atou o nó e forçou o prolongamento (29-29).
O sonho comanda a vida
De parada e resposta, Knorr e Wolff mantinham o braço de ferro com Capdville e os irmãos Costa. Neste período – pleno de desgaste – Martim Costa vestiu a capa de herói. Por isso, nos derradeiros segundos, voou e aplicou o 31-30.
Quando soou a buzina, Martim Costa despiu a camisola e deixou as lágrimas da nação escorrerem pela face.
Destaque para os oito golos de Francisco Costa, os sete golos de Iturriza e as cinco defesas de Capdeville. Do outro lado, o guardião Wolff, com 21 paradas, foi o mais inconformado.
Uma vez mais, a Seleção Nacional volta a escalar uma montanha e assina um capítulo histórico. Segue-se a tricampeã mundial – a Dinamarca – na noite de sexta-feira, às 19h30, de novo em Oslo.
Na outra meia-final estão França e Croácia, que vão jogar na noite desta quinta-feira, às 20h.
A atribuição da medalha de bronze está agendada para as 14h de domingo. Três horas mais tarde vai decorrer a final.
O sonho de Portugal e a campanha histórica seguem intactos.
Fonte: Mais Futebol