Destaques:
O Fundo Monetário Internacional (FMI) manifestou, esta quinta-feira, preocupação com a nova vaga de tarifas impostas pelos Estados Unidos, alertando que a incerteza sobre o ambiente económico global continua elevada. As medidas, anunciadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, afectam produtos estratégicos como o cobre e visam países como o Brasil, além de outras 21 nações.
O FMI informou estar a acompanhar de perto os mais recentes desenvolvimentos no âmbito das tarifas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos, num contexto que classifica como “elevada incerteza sobre as perspectivas económicas globais”. A instituição promete divulgar uma actualização do World Economic Outlook (WEO) no final de Julho, antes do novo prazo negocial marcado para 1 de Agosto.
Na passada quarta-feira, Trump alargou o alcance da guerra comercial global ao decretar tarifas de 50% sobre as importações de cobre e mercadorias provenientes do Brasil, bem como sobre bens oriundos de outras 21 nações. As novas taxas entrarão em vigor no primeiro dia de Agosto.
“Os desenvolvimentos ligados ao comércio estão a evoluir e a incerteza mantém-se elevada”, referiu um porta-voz do FMI, citado pela Reuters. “Os países devem continuar a trabalhar de forma construtiva para facilitar um ambiente de comércio estável e enfrentar desafios comuns.”
De acordo com inquéritos industriais recentes, a perspectiva de novas tarifas está a afectar negativamente o sector fabril em regiões-chave como os Estados Unidos, a Ásia e a Europa. Embora alguns actores demonstrem resiliência, o sentimento geral é de preocupação face aos riscos de ruptura nas cadeias de abastecimento e ao impacto no investimento.
Apesar da insistência da Administração Trump de que as tarifas não estão a alimentar a inflação — argumento reforçado por cortes fiscais recentemente aprovados —, os analistas alertam que os efeitos negativos poderão intensificar-se no segundo semestre.
Em Abril, o FMI já havia revisto em baixa as projecções de crescimento para os Estados Unidos, a China e várias outras economias, sublinhando que os actuais níveis tarifários atingiram máximos históricos e que a escalada nas tensões comerciais representa um risco crescente para o crescimento económico global.
Apesar de algum incremento da actividade económica nos meses recentes — impulsionado por acções de aprovisionamento preventivo antes da entrada em vigor das tarifas —, o FMI e os economistas mantêm o alerta: os danos estruturais nas cadeias de comércio e o ambiente de incerteza continuarão a penalizar o desempenho económico nos próximos meses.
Fonte: O Económico