Os visados alegam que a medida foi imposta pelo próprio partido, em retaliação à sua posição crítica em relação à liderança de Ossufo Momade, presidente da Renamo.
Segundo os queixosos, a renúncia dos seus mandatos foi comunicada de forma informal e sem o devido processo legal, o que passa por cima dos princípios democráticos internos do partido e as normas que regem o funcionamento dos órgãos autárquicos.
“Esta é uma clara perseguição política. Fomos afastados ilegalmente por não concordarmos com a liderança de Ossufo Momade”, afirmou Muchaduro Machava, um dos membros visados.
“Vamos levar este caso até às últimas consequências, mesmo que seja para custar nossas vidas e recorrer à justiça. Trata-se de um processo ilegal, baseado em informações falsas”, reforçou Aron Lavanhane, também membro afastado.
Em contacto com o “O País”, o porta-voz da Assembleia Municipal da Cidade da Matola, Félix Magule, confirmou que o órgão recebeu um processo remetido pela Renamo, solicitando a renúncia dos nove membros. No entanto, Magule afirmou que desconhece os motivos que sustentam o pedido, tendo garantido que a Assembleia apenas dará seguimento conforme as orientações formais do partido.
“Estamos a aguardar instruções claras da RENAMO para dar os passos subsequentes, sempre respeitando a legalidade”, declarou Magule.
Os nove membros alegam que a renúncia dos seus mandatos foi submetida sem direito de defesa e exigem a reposição imediata da legalidade e dos seus mandatos. Apesar do afastamento, os visados prometeram marcar presença na abertura da próxima sessão da Assembleia, no dia 1 de Setembro, como forma de protesto e para reafirmar a sua legitimidade.
Fonte: O País