Onda de ataques russos na Ucrânia já fez 139 mortos desde início deste mês

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Equipes de resgate vasculham os escombros de um prédio destruído em Kyiv

Apenas neste mês de julho, 139 civis foram mortos e outros 791 ficaram feridos nas “ondas intensas e sucessivas” de ataques com mísseis e drones lançados pela Rússia no território ucraniano.

As informações foram compartilhadas pela porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

728 drones em apenas um dia

Liz Throssell afirmou que somente em um ataque noturno, em 12 de julho, as Forças Armadas russas teriam usado 597 drones “suicidas” e 26 mísseis.

As ofensivas danificaram a infraestrutura civil em várias regiões, incluindo locais distantes da linha de frente.

Em 9 de julho, 728 drones de longo alcance atingiram a Ucrânia, um número recorde no conflito.

O monitoramento da ONU indica que junho teve o maior número mensal de impactos a civis em três anos, com 232 mortos e 1.343 feridos.

Trabalhadores limpam escombros após ataques em Kyiv, Ucrânia, em abril de 2025
Ocha/Viktoriia Andriievska

Trabalhadores limpam escombros após ataques em Kyiv, Ucrânia, em abril de 2025

“Sofrimento insuportável”

Liz Throssell ressaltou os danos físicos e psicológicos arrasadores causados pela sequência de ataques repetidos em áreas residenciais.

Ela explicou que as pessoas estão tendo que passar horas se abrigando em porões, corredores e refúgios disponíveis, como estações de metrô.

Crianças, idosos e pessoas com deficiência são mais vulneráveis ao estresse prolongado, muitas não conseguem dormir e, em alguns casos, não encontram local para se abrigar.

A porta-voz declarou que o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, reitera que um cessar-fogo imediato é necessário para acabar com esse “sofrimento insuportável”.

Responsabilização por violações graves

Para Turk, a invasão da Ucrânia pela Rússia deve acabar imediatamente. Ele defendeu ainda uma paz que garanta a “responsabilização por violações graves do direito internacional”.

O alto-comissário destaca que é vital que as negociações foquem em medidas imediatas para terminar com ataques que afetam civis, proteger os direitos das pessoas em território ocupado e devolver crianças transferidas ou deportadas à força.

Turk pede ainda o estabelecimento de corredores humanitários e o fim da tortura e maus-tratos de prisioneiros de guerra e outros detidos.

Tortura generalizada

Desde o início deste mês, o Escritório de Direitos Humanos entrevistou quase 140 prisioneiros de guerra ucranianos, todos homens, libertados durante trocas recentes.

Muitos passaram até três anos em cativeiro e quase todos relataram ter sido torturados ou maltratados, incluindo espancamentos severos, choques elétricos e violência sexual.

Essas descobertas confirmam padrões identificados anteriormente pelos especialistas em direitos humanos, sobre “tortura generalizada e sistemática”.

O órgão da ONU também continua entrevistando prisioneiros de guerra russos detidos pela Ucrânia, documentando o uso de locais não oficiais de detenção, além de tortura e maus-tratos nos estágios iniciais do cativeiro.

As autoridades ucranianas iniciaram investigações sobre várias destas alegações. 

Fonte: ONU