Resumo
Mais de 106 mil pessoas fugiram de El Fasher e aldeias vizinhas, no Sudão, em apenas um mês, de acordo com as Nações Unidas. A falta de recursos, insegurança e necessidades superiores à capacidade de resposta das equipas humanitárias complicam a situação. Após a tomada de El Fasher pelas Forças de Apoio Rápido, a OIM relatou o deslocamento em massa, com muitos refugiados a chegarem a Tawila, onde enfrentam desnutrição e doenças graves. Os serviços de saúde estão sobrecarregados, com clínicas móveis a lutar para dar resposta aos feridos, casos de desnutrição e infeções respiratórias. A ONU alerta para a necessidade urgente de reforçar os serviços básicos e obter mais financiamento para evitar uma deterioração da situação em Tawila. A violência também afeta outras regiões de Darfur e Kordofan, levando a reduções de apoio humanitário, como no hospital de Zalingei.
Em informe diário a jornalistas, o porta-voz do secretário-geral disse que a situaçao ocorre enquanto as equipas humanitárias enfrentam falta de recursos, insegurança e necessidades que superam largamente a capacidade de resposta.
Deslocações em larga escala após tomada de El Fasher
A Organização Internacional para as Migrações, OIM, comunicou que mais de 106 mil pessoas foram deslocadas desde a tomada de El-Fasher pelas Forças de Apoio Rápido há cerca de um mês.
Grande parte dos deslocados chega à cidade de Tawila, onde muitas pessoas já enfrentam desnutrição aguda e doenças potencialmente fatais.
O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, reforçou durante a sua visita ao local a necessidade de acesso humanitário sem impedimentos a todos os civis.
Serviços de saúde saturados e operações humanitárias condicionadas
Os funcionários humanitários reportam grandes desafios operacionais, incluindo falta de financiamento e insegurança nas principais rotas de acesso.
Instalações de saúde encontram-se sobrecarregadas, e clínicas móveis lutam para atender o aumento de feridos, casos de desnutrição e infeções respiratórias.
A ONU alerta que, sem reforço urgente de serviços básicos e mais financiamento, a situação em Tawila poderá deteriorar-se ainda mais, apesar dos esforços das organizações no terreno para manter a assistência.
Violência afeta outras regiões de Darfur e Kordofan
No estado de Darfur Central, a ONG Médicos Sem Fronteiras voltou a reduzir o apoio ao hospital de Zalingei por motivos de segurança, após o assassinato de um trabalhador do Ministério da Saúde e ferimentos em outros quatro.
A violência também continua no Kordofan, onde mais de 600 pessoas foram deslocadas no último sábado após ataques a duas aldeias no sul da região.
ONU apela a proteção de civis e aumento urgente do financiamento
O porta-voz reiterou o apelo das Nações Unidas para a proteção de civis em todo o Sudão e para garantir acesso seguro e contínuo às populações afetadas.
A ONU pediu ainda aos doadores que aumentem rapidamente o financiamento destinado às operações humanitárias em Darfur, Kordofan e noutras áreas que enfrentam necessidades crescentes.
Fonte: ONU






