Falando da capital síria, Damasco, Geir Pedersen, disse que o anúncio feito na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi celebrado em toda a Síria.
Acontecimentos históricos
Nesta terça-feira, a União Europeia também anunciou a suspensão das sanções econômicas contra a nação árabe, arrasada por mais de 13 anos de guerra. O Reino Unido já havia tomado essa decisão no mês passado.
Pedersen saudou “calorosamente” essas medidas e elogiou o apoio oferecido por Turquia, Arábia Saudita, Catar e outros países árabes para resolver as obrigações pendentes da Síria com instituições financeiras internacionais, apoio no pagamento de salários do setor público e fornecimento de recursos energéticos.
Para o representante da ONU, esses são “acontecimentos históricos”, com grande potencial de melhorar as condições de vida em todo o país e apoiar a transição política síria.
Segundo ele, esse alívio econômico dá ao povo sírio a chance de superar um legado de “desgoverno, conflito, abusos e pobreza”.

Criação da Assembleia Popular
Pedersen declarou que revitalizar uma economia arrasada por mais de uma década de guerra e conflito exigirá ações das autoridades interinas.
Um próximo passo crucial na transição política será o estabelecimento de um Comitê responsável pela seleção dos membros da nova Assembleia Popular, um processo que inclui a eleição de dois terços de seus membros.
O enviado especial explicou que essa autoridade legislativa de transição trabalhará em uma agenda urgente de reformas legislativas.
Algumas prioridades incluem reconstruir o consenso político, as instituições estatais e as estruturas necessárias para a economia, a justiça, os partidos políticos, as eleições e muito mais.
Unidade e diversidade da nação
Pedersen conversou com as autoridades interinas sobre a necessidade de “esforços substanciais em direção à inclusão, à transparência e à abertura”, para garantir que a Assembleia Popular seja vista como “representativa da unidade e da diversidade da nação”.
O representante da ONU mencionou decretos emitidos, na semana passada, anunciando a criação de duas instituições muito “aguardadas e importantes”: a Comissão Nacional para a Justiça Transicional e a Comissão Nacional para Pessoas Desaparecidas.
O enviado especial disse esperar que esses mecanismos cooperem com órgãos da ONU, com a sociedade civil síria e com as associações de vítimas e sobreviventes.
Fonte: ONU