“Ópera Josina”: uma celebração da história moçambicana

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Por: Allen Latifa Malaika

 

O ensaio aberto da Orquestra da Escola de Comunicação e Artes e do coral da Universidade Eduardo Mondlane, dedicado à “Ópera Josina”, revelou-se uma celebração vibrante da história e da cultura moçambicana. Mais do que um simples ensaio para a apresentação final, no próximo dia 21 de Novembro, foi um momento de encontro entre gerações, onde a música e o teatro se uniram para contar uma história de coragem e esperança.

Realizado no dia 10 de Agosto, dia do aniversário natalício de Josina Machel, o evento garantiu ainda mais significado ao encontro, tornando uma homenagem viva e cheia de emoção.

No palco, Josina, Mário, Esperança e Juvenália ganharam vida com naturalidade e calor humano. Juvenália, que viveu de perto aquela época, partilhou com o público memórias que trouxeram à tona a força de quem luta e acredita no futuro. Não estavam ali apenas actores, mas pessoas que respiram a história representada.

Entre o público, as irmãs e as famílias Muthemba e Machel eram mais do que espectadores, eram parte viva do legado, mantendo viva a chama da memória familiar e colectiva. Os olhares, os sorrisos e a cumplicidade no ambiente mostravam que a história de Josina é também a história de todos.

O toque inconfundível da timbila e da mbira encheu o espaço com ritmos que despertam as raízes e fazem vibrar o coração de Moçambique. As vozes do coro uniram-se numa energia contagiante, cantando com fé e determinação “Vamos vencer, havemos de vencer”, como quem reafirma que o caminho da liberdade está sempre ao alcance. Em outro momento, a canção “Ode a liberdade” incendiou o ambiente, reforçando o compromisso de construir um Moçambique independente, livre e soberano.

Era impossível não sentir o brilho da frase “a cultura é o sol que nunca desce”, de Samora Machel, a iluminar aquele encontro. Naquele espaço, a cultura brilhou forte, iluminando mentes e corações, mostrando que a arte tem o poder de unir e transformar. 

Ainda que fosse um ensaio, a apresentação deixou claro que a “Ópera Josina” é muito mais do que uma homenagem. É um gesto vivo de celebração, uma ponte entre o passado e presente, e uma reafirmação do orgulho de um povo que nunca deixa de cantar a sua própria história.

 

Fonte: O País

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