Resumo
Um estudo da KSP destaca o potencial do gás natural para transformar Moçambique numa potência industrial integrada, com impacto no emprego, agricultura e segurança energética. O relatório sublinha a necessidade de criar um quadro regulatório e institucional para utilizar o gás como motor de crescimento e diversificação, passando de exportador a transformador do recurso. A construção de um corredor energético entre Palma e Maputo é vista como crucial para integrar indústrias locais e reduzir a vulnerabilidade externa. O gás natural poderá dinamizar sectores como a agricultura e os transportes, com benefícios económicos e ambientais. A integração entre o setor público e privado é essencial para o desenvolvimento sustentável, com propostas de formação técnica e intercâmbio académico. O desafio futuro passa por alinhar regulação, financiamento e visão estratégica de longo prazo, numa transição energética que promove a industrialização e a soberania energética de Moçambique.
Estudo da KSP aponta que o gás natural pode transformar Moçambique de mero exportador em potência industrial integrada, com impacto directo no emprego, agricultura e segurança energética.
Mais do que uma fonte de energia, o gás natural surge como alavanca estrutural para o desenvolvimento industrial de Moçambique. O relatório do Programa de Partilha de Conhecimentos (KSP), apresentado em Maputo, aponta para a criação de um quadro regulatório e institucional que permita utilizar o gás como motor de crescimento, diversificação e emprego.
A recomendação central do estudo é clara: Moçambique deve passar de exportador de gás para transformador do seu próprio recurso.
A construção de um corredor energético entre Palma e Maputo é vista como um elemento decisivo para integrar indústrias de fertilizantes, petroquímica e geração eléctrica, criando valor dentro do país e reduzindo a vulnerabilidade às flutuações externas.
O Secretário Permanente do MIREME, António Manda, afirmou que o gás natural é “uma oportunidade de industrialização e integração regional”, sublinhando que a expansão de infra-estruturas e a criação de incentivos fiscais são passos determinantes.
Para além da energia, o estudo destaca que o gás natural poderá dinamizar sectores como a agricultura, através do uso de fertilizantes derivados do metano, e os transportes, com o gás natural veicular (GNV) a reduzir custos logísticos e emissões.
O investigador coreano Yoo Sung Il, do KSP, reforça que a integração entre o sector público e o privado é condição sine qua non para que o país consiga avançar de forma sustentável:
“Sem o sector privado, não há desenvolvimento sustentável; sem o sector público, não há governança nem quadro legal.”
O estudo também propõe programas de formação técnica e intercâmbio académico, permitindo que engenheiros, gestores e técnicos moçambicanos recebam capacitação prática na Coreia, consolidando competências para gerir projectos de gás e energia.
Com mais de 110 milhões de dólares poupados em importações de combustíveis e 240 mil toneladas de CO₂ evitadas, os ganhos actuais são apenas o começo de um potencial muito maior. O desafio é alinhar regulação, financiamento e visão estratégica de longo prazo.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A transição energética, assim, torna-se não apenas uma meta ambiental, mas também uma agenda económica de industrialização e soberania energética.
Fonte: O Económico