Resumo
O ouro recuou ligeiramente após atingir o valor mais alto em seis semanas, devido a movimentos de realização de lucros e ao aumento dos rendimentos das obrigações do Tesouro dos EUA. Na terça-feira de manhã, o ouro spot desceu 0,4% para 4.216,13 dólares por onça, enquanto os futuros para entrega em Dezembro recuaram 0,7% para cerca de 4.246,60 dólares por onça. Esta correção ocorre num contexto de consolidação dos ganhos recentes, impulsionados pela procura por ativos de segurança. Apesar da pressão dos rendimentos das Treasuries, os analistas acreditam que a perspetiva global continua favorável para o ouro, especialmente devido à expectativa de cortes nas taxas de juro nos EUA, com uma probabilidade de cerca de 88% de um corte em Dezembro.
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p style="margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial">O metal precioso recua ligeiramente depois do forte rally, mas os fundamentos permanecem favoráveis, com o mercado a atribuir quase 90% de probabilidade a um corte das taxas da Reserva Federal em Dezembro.
O ouro registou uma ligeira queda na sessão desta terça-feira, depois de ter alcançado o valor mais alto das últimas seis semanas. A valorização recente motivou movimentos de realização de lucros, enquanto a subida dos rendimentos das obrigações do Tesouro norte-americano voltou a pesar sobre o metal precioso, num momento em que os investidores aguardam dados económicos decisivos para clarificar o rumo da política monetária da Reserva Federal.
Na manhã de terça-feira, o ouro spot descia 0,4%, para 4.216,13 dólares por onça, após ter atingido na segunda-feira o nível mais elevado desde 21 de Outubro. Os futuros para entrega em Dezembro recuavam 0,7%, negociando em torno de 4.246,60 dólares por onça. A correcção surge num ambiente de consolidação dos ganhos acumulados ao longo das últimas semanas, marcadas por uma forte procura por activos de segurança.
O principal factor para a retracção do ouro prende-se com o comportamento das obrigações norte-americanas. Os rendimentos das Treasuries a dez anos voltaram a aproximar-se de máximos de duas semanas, reduzindo o apelo do ouro enquanto activo não-remunerado. Ainda assim, analistas de mercado sublinham que a trajectória estrutural permanece favorável ao metal precioso, sobretudo devido à expectativa de cortes das taxas de juro nos Estados Unidos.
Tim Waterer, analista-chefe da KCM Trade, observa que o ouro regista um desempenho mais suave nesta sessão, mas destaca que os fundamentos não se alteraram. O consenso de mercado atribui cerca de 88% de probabilidade a um corte das taxas já em Dezembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME, o que sustenta a procura por ouro ao reduzir os rendimentos reais dos activos concorrentes.
As declarações de Jerome Powell continuam a ser escrutinadas de perto pelos mercados. O presidente da Reserva Federal, num discurso preparado para uma intervenção em Stanford, evitou pronunciar-se sobre a economia e sobre a política monetária, alimentando a expectativa em torno dos dados económicos agendados para esta semana. Em destaque estão o relatório de emprego ADP, na quarta-feira, e o índice PCE — a medida de inflação preferida da Fed — previsto para sexta-feira.
No plano político, o ambiente nos Estados Unidos adiciona um elemento adicional de incerteza. Kevin Hassett, conselheiro económico da Casa Branca, revelou estar disponível para ocupar a presidência da Fed, enquanto o Tesouro sugeriu que a Casa Branca poderá avançar com uma nomeação antes do Natal. Hassett partilha com o Presidente Donald Trump uma posição favorável à redução agressiva das taxas de juro, cenário que seria estruturalmente positivo para o ouro.
A procura institucional continua igualmente forte. O SPDR Gold Trust, o maior fundo mundial associado ao ouro físico, reportou um aumento das suas reservas para 1.050,01 toneladas, subindo face às 1.045,43 registadas na sexta-feira, sinal de que o interesse do mercado permanece elevado.
No segmento dos metais preciosos, a prata recuou 1,5%, para 57,10 dólares por onça, enquanto a platina e o paládio caíram 0,5%, colocando-se, respectivamente, em 1.649,72 dólares e 1.417 dólares por onça.
O recuo do ouro reflecte sobretudo ajustamentos técnicos num mercado que continua ancorado na expectativa de cortes das taxas da Fed. O metal precioso mantém-se acima de suportes críticos e sustenta a sua posição como activo de referência num ambiente global ainda marcado pela incerteza monetária.
Fonte: O Económico






