Ouro Dispara Para Máximos de Dois Meses Face a Escalada de Tensão no Médio Oriente

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O preço do ouro atingiu, esta segunda-feira, o nível mais alto em quase dois meses, impulsionado pela crescente tensão entre Israel e Irão, que levou os investidores a procurarem segurança em activos tradicionais como o ouro.

O ouro registou a sua quarta sessão consecutiva de ganhos, aproximando-se dos máximos de dois meses, num contexto de agravamento das hostilidades no Médio Oriente. A cotação do ouro à vista subiu 0,3%, situando-se em 3.442,09 dólares por onça às 02h46 GMT, após ter tocado um pico não visto desde 22 de Abril. Já os futuros do ouro nos Estados Unidos avançaram na mesma proporção, para 3.461,90 dólares.

O aumento do preço do ouro reflecte o aumento da procura por activos considerados seguros num cenário de instabilidade geopolítica. “É o prémio de risco político conjunto que está a aumentar devido ao conflito Irão-Israel, o que está a reforçar a procura por ouro como activo de refúgio”, comentou Kelvin Wong, analista de mercado sénior da OANDA para a Ásia-Pacífico.

Os ataques de ambos os lados no domingo, que provocaram mortes e ferimentos entre civis, reforçaram o receio de uma escalada regional mais ampla. As forças armadas de Israel e do Irão apelaram às populações civis para tomarem precauções, sinalizando a possibilidade de novos confrontos.

Entretanto, os mercados accionistas norte-americanos reagiram com quedas acentuadas na sexta-feira, com o índice Dow Jones a cair cerca de 1,8%, o S&P 500 mais de 1% e o Nasdaq a recuar 1,3%.

A perspectiva técnica mantém-se favorável à continuação do ciclo ascendente. “Estamos claramente acima dos 3.400 dólares e o movimento ascendente de curto prazo mantém-se intacto. A resistência situa-se nos 3.500 dólares, com possibilidade de romper novos máximos acima desse nível”, acrescentou Wong.

Para além do ouro, outros metais preciosos também reflectiram este movimento de valorização. A prata permaneceu estável em 36,29 dólares por onça, enquanto a platina subiu 0,4% para 1.233,87 dólares e o paládio valorizou 1,3%, alcançando 1.040,96 dólares.

Do ponto de vista macroeconómico, os investidores mantêm os olhos postos nas decisões de política monetária a serem anunciadas esta semana por diversos bancos centrais, com especial atenção para a Reserva Federal dos Estados Unidos, que divulgará a sua deliberação na quarta-feira. Espera-se que o banco central norte-americano mantenha as taxas de juro inalteradas, embora os mercados estejam atentos a eventuais sinais de cortes nas taxas nos próximos meses. As previsões actuais sugerem dois cortes até ao final do ano, possivelmente com início em Setembro, sustentadas pelos dados de inflação moderada divulgados na semana passada.

Fonte: O Económico

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