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Os preços do ouro mantiveram-se praticamente inalterados esta segunda-feira, com os investidores a adoptar uma postura cautelosa face às negociações comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia, e à aproximação de decisões importantes de política monetária nos EUA e na zona euro.
O ouro à vista manteve-se estável nos 3.352,19 dólares por onça às 02:50 GMT, enquanto os futuros do ouro nos Estados Unidos fixaram-se em 3.358,70 dólares, sem variações significativas.
Segundo Tim Waterer, analista-chefe da KCM Trade, “o dólar teve um arranque contido esta semana, o que abre espaço para o ouro consolidar ganhos, sobretudo com o aproximar do prazo-limite de tarifas no dia 1 de Agosto”. O analista considera que, sem avanços comerciais até essa data, o ouro poderá testar novamente o patamar dos 3.400 dólares.
As atenções estão centradas nas negociações comerciais dos EUA, com o Presidente Donald Trump a manter o prazo de 1 de Agosto como ponto crítico. O Secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, permanece optimista quanto a um entendimento com a União Europeia. A imprensa avança ainda com a possibilidade de Trump visitar a China antes da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), ou de se encontrar com Xi Jinping à margem do evento, a realizar-se na Coreia do Sul entre 30 de Outubro e 1 de Novembro.
No plano monetário, o Banco Central Europeu deverá manter as taxas de juro inalteradas nos 2,0%, após uma série de cortes. Já nos EUA, o Governador da Reserva Federal, Christopher Waller, defendeu recentemente a necessidade de mais cortes nas taxas, numa tentativa de dar suporte à economia num contexto de tensão geopolítica e desaceleração comercial.
Em paralelo, o cenário político no Japão também introduziu novos factores de instabilidade, com a coligação governamental a perder o controlo da câmara alta do parlamento, fragilizando o Primeiro-Ministro Shigeru Ishiba.
Além do ouro, os outros metais preciosos registaram ligeiras variações: a prata subiu 0,1% para 38,22 dólares por onça, o platinado avançou 0,3% para 1.425,11 dólares, e o paládio cresceu 0,2% para 1.243,47 dólares.
Num ambiente de incerteza global e perspectiva de manutenção ou redução das taxas de juro nos principais blocos económicos, o ouro mantém-se como activo de refúgio preferencial. O seu desempenho nas próximas semanas dependerá fortemente dos desdobramentos nas frentes comercial e monetária, em particular das decisões da Reserva Federal e das movimentações da administração Trump.
Fonte: O Económico