Resumo
O preço do ouro manteve-se perto do máximo histórico, impulsionado pela expectativa de cortes de taxas nos EUA e pela procura dos bancos centrais, atingindo 3.691,53 dólares por onça. Analistas preveem novos recordes esta semana, com foco nos discursos da Reserva Federal e na divulgação do índice PCE. A Fed reduziu as taxas na semana passada, mas alertou para riscos inflacionários, gerando incertezas sobre futuros cortes. Investidores esperam dois cortes de 25 pontos base ainda este ano, em Outubro e Dezembro. O ouro beneficia como ativo de refúgio num cenário de taxas baixas, valorizando mais de 40% desde o início de 2025. Outros metais preciosos também subiram, com a prata atingindo máximos de 14 anos. O ouro continua a ser procurado como porto seguro em meio à incerteza global.
Às 04h18 GMT, o preço do ouro à vista subia 0,2%, para 3.691,53 dólares por onça, próximo do recorde histórico de 3.707,40 dólares atingido na quarta-feira anterior.
Segundo Tim Waterer, analista-chefe da KCM Trade, “o ouro voltou a encostar-se ao patamar dos 3.700 dólares e poderá alcançar novos máximos esta semana, caso os dados macroeconómicos norte-americanos continuem a sustentar a narrativa acomodatícia da Fed”.
O foco dos mercados desloca-se agora para a divulgação, na sexta-feira, do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), indicador preferencial da Fed para medir a inflação. A par disso, pelo menos uma dúzia de responsáveis do banco central, incluindo o presidente Jerome Powell, deverão discursar ao longo da semana, oferecendo novas pistas sobre a orientação da política monetária.
Na semana passada, a Fed reduziu as taxas em 25 pontos base, alertando, no entanto, para os riscos de persistência inflacionária, o que semeia dúvidas quanto ao ritmo do ciclo de flexibilização. O novo governador Stephen Miran, que votou a favor de um corte mais acentuado (50 pontos base), reiterou a sua independência como decisor e defendeu publicamente a sua posição.
O mercado, contudo, mantém expectativas firmes: de acordo com o CME FedWatch, os investidores antecipam dois novos cortes de 25 pontos base ainda este ano, em Outubro e Dezembro, com probabilidades de 93% e 81%, respectivamente.
Num ambiente de taxas mais baixas, o ouro beneficia como activo de refúgio. Desde o início de 2025, o metal já valorizou mais de 40%, impulsionado não só pela política monetária, mas também pela incerteza geopolítica e pela procura constante dos bancos centrais.
Outros metais preciosos também registaram ganhos: a prata subiu 1% para 43,49 dólares/onça, atingindo máximos de 14 anos, enquanto a platina avançou 0,4% para 1.409,47 dólares e o paládio valorizou 0,8% para 1.157,75 dólares.
Num cenário global marcado pela incerteza, o ouro continua a afirmar-se como porto seguro para investidores e autoridades monetárias, permanecendo próximo de quebrar novos recordes.
Fonte: O Económico