‘Futebol#NãoPára’ é o espaço de opinião quinzenal de Vasco Pinho, diretor Executivo da Liga Portugal
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, anunciou na sexta-feira a indicação de Pedro Proença como candidato de Portugal às eleições para o Comité Executivo da UEFA, que se realizam a 3 de abril, mas com o prazo para apresentação de candidaturas a expirar precisamente hoje. Trata-se, sem dúvida, de uma decisão adequada e, acrescento, acertada. Por três motivos.
Em primeiro lugar, no plano da elegibilidade, já que os candidatos devem exercer um mandato de presidente ou vice-presidente na respetiva Federação, o que acontece com Pedro Proença, que na qualidade de presidente da Liga Portugal é também vice-presidente da FPF, devendo aqui recordar-se que Fernando Gomes está de saída da Cidade do Futebol, por ter chegado ao limite de mandatos, e, como tal, também não poderá continuar no Comité Executivo da UEFA.
Em segundo lugar, no plano do alinhamento com os clubes que compõem a Direção da Liga Portugal, entre os quais estão SL Benfica, Sporting CP e FC Porto (todos apoiantes de Pedro Proença na corrida à liderança da Federação Portuguesa de Futebol, nas eleições de 14 de fevereiro), e que no dia 13 de janeiro, em comunicado, anunciaram a decisão de propor o nome do presidente da Liga Portugal para o Comité Executivo da UEFA.
Em terceiro lugar, porque Pedro Proença é claramente a escolha certa para a defesa dos superiores interesses do Futebol Português, para mais numa altura em que se aproximam grandes desafios, nomeadamente a organização conjunta do Mundial-2030, com Espanha e Marrocos, e a candidatura à organização do Campeonato da Europa de Futebol Feminino em 2029, sem esquecer temas fundamentais e transversais como as competição internacionais de clubes, o futebol feminino, a arbitragem ou o modelo de distribuição de verbas da FIFA aos clubes. Todos estes dossiês impõem que Portugal continue representado no Comité Executivo da UEFA, como acontece há 17 anos consecutivos, sendo Pedro Proença, claramente, o dirigente mais qualificado para a função, pelo seu perfil e pela experiência acumulada ao longo do último ano, em que fez parte, precisamente, do referido Comité, enquanto presidente da European Leagues.
Fernando Gomes foi sensível a tudo isto e, naturalmente, tomou uma decisão com sentido de Estado, que se saúda.
Duas importantes notas finais:
— Cumprida a primeira fase das competições da UEFA em 2024/25, é de enaltecer mais uma demonstração de inequívoca competitividade das equipas portuguesas, com um brilhante quarto lugar no coeficiente anual, à frente de duas das denominadas big-5, Alemanha e França, mas também dos Países Baixos, concorrente direto para o qual temos vindo a recuperar terreno de forma clara.
— A Liga Portugal celebra hoje o seu 47.º aniversário, momento que, naturalmente, toca de forma especial aqueles que fazem parte desta bonita Família, como é o meu caso. Temos todos os motivos para nos orgulharmos da história desta instituição e, sobretudo, do seu percurso transformador na última década, elevando o Futebol Profissional para outros patamares.
Fonte: A Bola