Os preços do petróleo registaram ganhos nesta terça-feira, impulsionados pela decisão dos Estados Unidos e da China de prolongar por mais 90 dias a suspensão de novas tarifas comerciais. O gesto, interpretado como um sinal de moderação no conflito económico entre as duas maiores potências mundiais, reduziu temores de um abrandamento do crescimento global que poderia comprometer a procura por combustíveis.
Trégua Comercial e Impactos na Procura
A prorrogação da trégua tarifária foi anunciada pela Casa Branca como uma forma de evitar a aplicação de tarifas adicionais sobre bens chineses, num momento crítico para o comércio norte-americano, sobretudo com a aproximação da época de compras de fim de ano. O alívio imediato nas tensões comerciais reforçou as expectativas de que um acordo abrangente possa ser alcançado, evitando um “embargo virtual” que prejudicaria significativamente o comércio bilateral e a actividade económica global.
O petróleo, sensível às perspectivas de crescimento económico, reagiu positivamente, dado que tarifas mais elevadas entre os dois maiores consumidores mundiais poderiam reduzir a procura e pressionar os preços para baixo.
Geopolítica: Ucrânia no Centro do Radar
Outro factor de suporte aos preços é a expectativa em torno do encontro agendado para 15 de Agosto entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, para discutir um possível acordo de paz na guerra na Ucrânia. Analistas sublinham que qualquer acordo que ponha fim ao conflito reduziria o risco de interrupções no fornecimento de petróleo russo — risco que tem sustentado um prémio geopolítico nos preços do crude.
O risco de sanções secundárias contra compradores de petróleo russo, como China e Índia, diminuiu com a perspectiva de negociações, mas Washington mantém pressão
Os mercados aguardam ainda a divulgação de dados de inflação dos EUA, que poderão oferecer pistas sobre a trajectória da política monetária da Reserva Federal. Sinais de um possível corte nas taxas de juro aumentariam o apetite por risco e sustentariam os preços do petróleo, ao estimular a actividade económica e, por consequência, a procura energética.
Conjuntura e Projecções
Embora o sentimento do mercado tenha melhorado com os desenvolvimentos comerciais e diplomáticos, analistas advertem que a volatilidade continuará elevada, pois os resultados concretos das negociações EUA–China e do encontro Trump–Putin permanecem incertos.
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p dir=”ltr”>A interligação entre política externa, comércio internacional e segurança energética confirma-se como determinante para os preços do crude, num cenário em que qualquer reviravolta pode alterar rapidamente as expectativas.
Fonte: O Económico