Petróleo em Alta Devido a Queda das Reservas dos EUA e Indícios de Procura Robusta

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Os preços do petróleo mantêm uma trajectória de alta impulsionada por uma queda superior ao previsto nas reservas de crude dos Estados Unidos, o que aponta para uma procura mais forte, ao mesmo tempo que os mercados monitorizam os desdobramentos no Médio Oriente e as decisões da OPEP+.

O barril de Brent subiu 0,8% para 68,21 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) registou um aumento de 0,9%, fixando-se em 65,48 dólares. Ambos os referenciais já haviam recuperado quase 1% na sessão anterior, revertendo as perdas do início da semana, com os investidores a reagirem positivamente aos dados de procura nos EUA.

Segundo Yuki Takashima, economista da Nomura Securities, “alguns compradores estão a favorecer a robustez da procura demonstrada pela queda nos inventários semanais nos EUA”. No entanto, sublinhou que persiste alguma cautela devido à incerteza sobre o cessar-fogo entre o Irão e Israel, embora o foco dos mercados tenha regressado gradualmente aos fundamentos.

Os dados da Administração de Informação Energética dos EUA (EIA) revelaram uma queda de 5,8 milhões de barris nas reservas de crude na semana terminada a 20 de Junho, um valor muito acima da previsão dos analistas consultados pela Reuters, que estimavam uma redução de apenas 797.000 barris. As reservas de gasolina também caíram inesperadamente em 2,1 milhões de barris, contrariando as previsões de aumento.

Este movimento é interpretado como sinal de que a época de condução — associada a maior consumo de combustíveis — entrou em força após um início mais lento. Os analistas do ANZ destacam que “com o arrefecimento das tensões no Médio Oriente, o foco do mercado voltou-se para os fundamentos, nomeadamente a procura e os níveis de inventário”.

Em paralelo, o líder da Rosneft, Igor Sechin, indicou que a OPEP+, que inclui membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados como a Rússia, poderá antecipar em cerca de um ano os aumentos de produção inicialmente previstos, reacendendo o debate sobre a resposta do cartel às dinâmicas do mercado.

O analista Takashima prevê que o WTI regresse à faixa entre 60 e 65 dólares, valores observados antes das recentes tensões geopolíticas. Os próximos dias serão decisivos para compreender se a tendência de subida se mantém ou se novos factores, incluindo decisões da OPEP+ ou surpresas económicas nos EUA e na China, alteram o rumo do mercado energético.

Fonte: O Económico

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