Os preços do petróleo oscilaram em torno dos 63 e 66 dólares por barril, num ambiente marcado por relatórios contraditórios sobre os inventários nos Estados Unidos e pela expectativa de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Apesar das oscilações, analistas mantêm uma perspectiva de médio prazo negativa, com receios de excesso de oferta em 2025.
O West Texas Intermediate (WTI) manteve-se próximo de 63 dólares por barril, após queda de 1,7% no início da semana, enquanto o Brent fechou abaixo de 66 dólares. O movimento seguiu-se à divulgação de dados da indústria petrolífera, com o American Petroleum Institute (API) a reportar sinais divergentes: algumas fontes apontam uma redução de 2,4 milhões de barris nos inventários, enquanto outras indicam um aumento de 1,52 milhões. A discrepância reforçou a expectativa em torno dos números oficiais da Energy Information Administration (EIA), que deverão confirmar a tendência.
No campo da procura, analistas sublinham que a época de maior consumo nos EUA — tradicionalmente de Maio a Setembro — parece ter atingido o seu pico, com as refinarias a reduzirem gradualmente a actividade. Este fenómeno pode sinalizar uma diminuição da procura interna, apesar das quedas nos stocks de gasolina.
No plano estrutural, a EIA projecta que a produção norte-americana alcance um nível recorde de 13,41 milhões de barris por dia em 2025, sustentada por ganhos de produtividade, mas caia em 2026 devido à pressão de preços mais baixos. Já a OPEP manteve a previsão de crescimento da procura global em 2025, mas reviu em alta a de 2026, para +1,38 milhões de barris por dia, o que confirma expectativas de maior pressão no equilíbrio oferta-procura.
A geopolítica continua a influenciar o mercado: investidores seguem com atenção as negociações para um eventual cessar-fogo entre Moscovo e Kiev, mediadas por Donald Trump, que poderão aliviar restrições às exportações russas. Ainda assim, especialistas alertam que qualquer acordo poderá apenas suavizar o contexto, sem alterar a tendência de um mercado potencialmente sobreabastecido.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Com o petróleo a acumular uma queda superior a 10% desde o início do ano, o sentimento predominante entre operadores e analistas mantém-se baixista, reflectindo tanto os fundamentos da oferta como as incertezas em torno da procura mundial.
Fonte: O Económico