Os preços do petróleo registaram uma descida nesta quinta-feira, após a divulgação de um relatório que apontou para um aumento nos inventários de crude nos Estados Unidos. O Brent recuou 22 cêntimos (0,29%), fixando-se em 75,82 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) desvalorizou 30 cêntimos (0,42%), negociando-se a 71,95 dólares. O contrato de Março expira esta quinta-feira, enquanto o contrato de Abril caiu 0,26%, para 71,84 dólares.
A pressão sobre os preços do petróleo deve-se, em grande medida, ao acréscimo das reservas norte-americanas de crude, que cresceram 3,34 milhões de barris na última semana, segundo dados do Instituto Americano de Petróleo (API). Os inventários de gasolina também aumentaram 2,83 milhões de barris, ao passo que as reservas de destilados caíram 2,69 milhões de barris.
Além do aumento das reservas, as preocupações em torno das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos afectam a confiança dos investidores, uma vez que a escalada proteccionista poderá elevar os custos de bens de consumo, fragilizando a economia global e reduzindo a procura por combustíveis.
Impacto geopolítico e interrupções no fornecimento
No plano internacional, as negociações entre Israel e o Hamas para um segundo estágio do cessar-fogo na Faixa de Gaza surgem como um factor de alívio para o mercado energético, ao reduzirem os riscos de uma potencial interrupção na oferta de petróleo proveniente do Médio Oriente.
Contudo, as preocupações com a oferta global persistem. Na Rússia, o fluxo de petróleo através do Caspian Pipeline Consortium, um dos principais canais de exportação de crude do Cazaquistão, foi reduzido entre 30% e 40% após um ataque de drones ucranianos a uma estação de bombeamento. Segundo cálculos da Reuters, essa redução equivale a uma perda de 380.000 barris por dia no fornecimento global.
Perspectivas e próximos indicadores
O mercado aguarda agora a publicação do relatório oficial da Administração de Informação sobre Energia dos EUA (EIA), previsto para esta quinta-feira, após um adiamento devido a um feriado no país.
Os analistas estimam que os inventários de crude tenham aumentado 2,2 milhões de barris na semana terminada a 14 de Fevereiro, o que, a confirmar-se, marcará a quarta semana consecutiva de crescimento das reservas petrolíferas – algo que não ocorria desde Abril de 2024.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A evolução do mercado petrolífero continuará dependente da conjugação entre os níveis de produção, as tensões geopolíticas e as políticas comerciais globais, que poderão influenciar a direcção dos preços nas próximas semanas.
Fonte: O Económico